Moacyr Lopes Jr./Folha Imagem

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) acena após entrevista em um hotel de São Paulo

RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), defendeu a permanência do ministro do Esporte e Turismo Rafael Greca no governo federal até o fim das comemorações pelos 500 anos do descobrimento, em abril.
"Depois dos festejos vamos ver o rendimento dele", disse ACM, um dos principais líderes do PFL, partido do ministro.
Greca e assessores do ministério são alvos de acusações sobre irregularidades em autorizações para funcionamento de casas de bingo.
Ontem, a Folha revelou que, quando era prefeito de Curitiba, em 1996, o ministro desapropriou um terreno que já havia sido desapropriado.
"Não vamos examinar o Greca prefeito de Curitiba. Vamos examinar o Greca ministro de Fernando Henrique Cardoso. Quando ele foi nomeado já se deveria saber como ele foi em Curitiba", defendeu o cacique.
ACM, porém, se disse contrário ao bingo. "Se fosse presidente não permitiria bingo".

Recuperação
O senador baiano mostrou ontem estar recuperado do princípio de pneumonia que o deixou 12 dias fora de combate em um hotel em São Paulo.
"Não deixei vocês subirem (até a suíte) porque estava tão bem que poderia parecer farsa (a pneumonia). Vocês não iam acreditar", disse.
Outro sinal de recuperação foi a disposição de ACM em atacar os adversários.
Um dos ataques foi contra o ministro da Saúde, o tucano José Serra. Depois de defender a candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), à Presidência, em 2002, ACM descartou uma chapa encabeçada pelo tucano com Roseana como vice. "Não me agrada", disparou.
Outro alvo foi o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB). "Ele está dividindo o país", disse, em referência às salvaguardas de Covas contra a guerra fiscal. "Isso é coisa de quem quer esconder a falta de êxito".
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), também não foi poupado por ter decretado nova moratória na semana passada. "Se o aval (da dívida mineira) é da União, a União tem que pagar e descontar do governo de Minas".
Os maiores elogios foram guardados para o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva. "É um lutador que se fez pelo trabalho. Confesso que gosto de dialogar com o Lula", afirmou o senador.
ACM disse que, por enquanto, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) é o candidato do partido para a Prefeitura de São Paulo.
O senador deve voltar para Brasília hoje de manhã. "Vou presidir o Senado", disse. As sessões de fisioterapia foram encerradas ontem. Até o próximo sábado, ACM deve continuar tomando antibióticos para garantir que a pneumonia está totalmente controlada.


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