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FUNCIONALISMO
Civis e militares podem ter reajustes diferenciados; levantamento analisa situação de categorias
Governo estuda aumento a servidores
da Sucursal de Brasília
O governo está fazendo um levantamento da situação salarial
de cada categoria de servidores
públicos do Executivo para decidir sobre a eventual concessão de
aumentos diferenciados ao funcionalismo civil e ao militar.
"O Ministério de Orçamento e
Gestão está estudando a situação
de categorias de várias áreas do
governo, civis e militares, para ver
aquelas que tiveram aumentos,
outras que não tiveram e em que
tipo de situação se encontram hoje", disse ontem o porta-voz da
Presidência, Georges Lamazière.
O porta-voz anunciou que o levantamento foi determinado pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso e que não há garantia de
correção dos salários. Segundo
ele, o estudo é "preliminar". "Estamos em uma fase absolutamente prévia e muito longe de qualquer decisão a respeito."
O último aumento geral nos salários dos servidores do Executivo
ocorreu há cinco anos.
O ministro da Defesa, Geraldo
Quintão, afirmou que espera para
"breve" uma definição sobre o
aumento nos soldos dos militares.
Ele se recusou a fazer estimativa
do índice a ser autorizado.
Segundo Quintão, os comandos
das Forças -Exército, Marinha e
Aeronáutica- estão examinando proposta de mudança na lei de
remuneração dos militares deixada por seu antecessor, Elcio Alvares. "Se já há um anteprojeto, a intenção naturalmente é atender às
expectativas (dos militares)."
Quintão declarou que há distorção na remuneração tanto dos
militares quanto dos servidores
civis. "Existe uma distorção não
só nos soldos dos militares, mas
nos salários como um todo."
Quintão já havia defendido aumento nos soldos militares quando tomou posse, há uma semana.
Na ocasião, o ministro da Defesa defendeu também que os militares tenham alíquotas menores
que as dos servidores civis para a
contribuição previdenciária.
A concessão de aumento a algumas categorias do funcionalismo
civil poderá evitar a repetição da
corrida de servidores à Justiça
ocorrida após 1993, quando o ex-presidente Itamar Franco autorizou reajuste de 28,86% para os
militares. Aquele aumento gerou
milhares de ações de servidores
civis e culminou com a derrota do
governo no STF (Supremo Tribunal Federal), que entendeu que
todos os servidores tinham direito ao mesmo reajuste.
Em 1998, FHC estendeu o reajuste para todos os servidores civis. Segundo seus assessores, essa
decisão foi adotada porque o STF
já tinha se manifestado, ao analisar ações movidas por 11 servidores, sobre o direito dos servidores
civis ao reajuste. Lamazière disse
que eventuais aumentos dependerão da situação específica da
categoria de servidores.
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