São Paulo, Terça-feira, 01 de Fevereiro de 2000


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INVESTIGAÇÃO
Relatório não cita mandante
Caso do grampo vai ter nova apuração

da Sucursal do Rio

O Ministério Público Federal vai pedir à Polícia Federal novas investigações sobre o escândalo dos grampos telefônicos no BNDES, ocorrido à época da privatização das estatais de telecomunicações.
O relatório final sobre o caso, encaminhado na última sexta-feira pelo delegado federal Rubens Grandini à Procuradoria da República no Rio, não apontou os mandantes da operação de instalação dos grampos no BNDES.
Por isso, ao final do prazo de 15 dias que a Procuradoria tem para se manifestar sobre o assunto, o órgão pedirá que o inquérito seja desdobrado para tentar chegar à autoria do grampo.
A Folha apurou que o relatório foi considerado sem surpresas.
A conclusão do caso não trouxe nenhum novo indiciamento além das pessoas que já haviam sido incriminadas anteriormente.
Dois deles são apontados pela PF como envolvidos na instalação do grampo: o analista de informações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Temílson Resende, o Telmo, e o detetive particular Adílson Alcântara de Matos.
Outros dois foram indiciados por falso testemunho: João Guilherme de Almeida, ex-coordenador da seção fluminense da Abin, atualmente trabalhando em Brasília, e Gercy Firmino da Silva, coordenador de Operações da Abin. A tendência é que os quatro indiciados sejam denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal ao final dos 15 dias de avaliação do inquérito.
A Folha apurou que o desdobramento das investigações, além de se voltar para a apuração sobre o mandante da operação, vai buscar também detalhes sobre o suposto envolvimento de funcionários do BNDES com o grampo.
Por falta de provas, a PF não indiciou nenhum servidor do banco, mas sempre acreditou que o grampo não seria possível sem a anuência de pessoas que trabalham no prédio da instituição.
A principal testemunha do caso, o ex-agente federal Célio Arêas Rocha, renunciou ao Programa de Proteção à Testemunha do governo federal e encontra-se, segundo seu advogado, Nélio Andrade, em "local incerto".


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