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INVESTIGAÇÃO
Relatório não cita mandante
Caso do grampo vai
ter nova apuração
da Sucursal do Rio
O Ministério Público Federal vai
pedir à Polícia Federal novas investigações sobre o escândalo dos
grampos telefônicos no BNDES,
ocorrido à época da privatização
das estatais de telecomunicações.
O relatório final sobre o caso,
encaminhado na última sexta-feira pelo delegado federal Rubens
Grandini à Procuradoria da República no Rio, não apontou os
mandantes da operação de instalação dos grampos no BNDES.
Por isso, ao final do prazo de 15
dias que a Procuradoria tem para
se manifestar sobre o assunto, o
órgão pedirá que o inquérito seja
desdobrado para tentar chegar à
autoria do grampo.
A Folha apurou que o relatório
foi considerado sem surpresas.
A conclusão do caso não trouxe
nenhum novo indiciamento além
das pessoas que já haviam sido incriminadas anteriormente.
Dois deles são apontados pela
PF como envolvidos na instalação
do grampo: o analista de informações da Abin (Agência Brasileira
de Inteligência) Temílson Resende, o Telmo, e o detetive particular Adílson Alcântara de Matos.
Outros dois foram indiciados
por falso testemunho: João Guilherme de Almeida, ex-coordenador da seção fluminense da Abin,
atualmente trabalhando em Brasília, e Gercy Firmino da Silva,
coordenador de Operações da
Abin. A tendência é que os quatro
indiciados sejam denunciados à
Justiça pelo Ministério Público
Federal ao final dos 15 dias de avaliação do inquérito.
A Folha apurou que o desdobramento das investigações, além
de se voltar para a apuração sobre
o mandante da operação, vai buscar também detalhes sobre o suposto envolvimento de funcionários do BNDES com o grampo.
Por falta de provas, a PF não indiciou nenhum servidor do banco, mas sempre acreditou que o
grampo não seria possível sem a
anuência de pessoas que trabalham no prédio da instituição.
A principal testemunha do caso,
o ex-agente federal Célio Arêas
Rocha, renunciou ao Programa
de Proteção à Testemunha do governo federal e encontra-se, segundo seu advogado, Nélio Andrade, em "local incerto".
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