UOL

São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dei a volta por cima, afirma Arruda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-senador José Roberto Arruda (PFL-DF), 49, volta ao Congresso como o deputado mais votado de Brasília, quase dois anos após renunciar ao Senado para escapar de um processo no Conselho de Ética da Casa, que -ao que tudo indicava- levaria à cassação do seu mandato.
"Meu caso serve de exemplo: uma pessoa pode ir ao fundo do poço e dar a volta por cima", diz.
Em maio de 2001, confessou participação na violação do painel de votações, para quebrar o sigilo da sessão que cassou o mandato do ex-senador Luiz Estevão, em 2000. Voltou a ser engenheiro da Cia. Energética de Brasília. Em 2002 foi eleito com 324.248 votos.
 

Folha- Retornar após essa experiência muda algo em sua atuação?
José Roberto Arruda
- Ninguém passa por uma máquina de moer carne sem mudar. Quero ter uma postura mais humilde. Amarguei o outro lado do poder. Num dia, era senador e líder do governo. No outro, o telefone não tocava. Quero subir degrau por degrau.

Folha- O sr. acha que foi injustiçado por ser líder do governo FHC?
Arruda
- O próprio episódio [da violação" existiu em função da liderança. Isso vale de alerta para os próximos líderes do governo Lula. Eles vão ter de defender causas impopulares, defender pleitos dos companheiros e não os seus.

Folha- O sr. se arrepende?
Arruda
- O preço de ser líder é muito alto. Mas não me arrependo de nada. Se você está convicto de que está dando uma contribuição a um projeto político, não há razão para arrependimento.

Folha - Alguma mágoa em relação a FHC e ao PSDB (partido que deixou para não ser expulso)?
Arruda
- Fernando Henrique sempre foi correto comigo. Os momentos em que não pôde me socorrer eu credito aos limites impostos a ele pelo exercício de chefe de Estado. Quanto ao PSDB, não tenho mágoa, mas também não tenho saudade.


Texto Anterior: Lula escolheu derrotados, diz ACM
Próximo Texto: Governo já tem o apoio de 250 na Câmara
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.