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Dei a volta por cima, afirma Arruda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-senador José Roberto Arruda (PFL-DF), 49, volta ao Congresso como o deputado mais votado de Brasília, quase dois anos
após renunciar ao Senado para
escapar de um processo no Conselho de Ética da Casa, que -ao
que tudo indicava- levaria à cassação do seu mandato.
"Meu caso serve de exemplo:
uma pessoa pode ir ao fundo do
poço e dar a volta por cima", diz.
Em maio de 2001, confessou
participação na violação do painel
de votações, para quebrar o sigilo
da sessão que cassou o mandato
do ex-senador Luiz Estevão, em
2000. Voltou a ser engenheiro da
Cia. Energética de Brasília. Em
2002 foi eleito com 324.248 votos.
Folha- Retornar após essa experiência muda algo em sua atuação?
José Roberto Arruda - Ninguém
passa por uma máquina de moer
carne sem mudar. Quero ter uma
postura mais humilde. Amarguei
o outro lado do poder. Num dia,
era senador e líder do governo.
No outro, o telefone não tocava.
Quero subir degrau por degrau.
Folha- O sr. acha que foi injustiçado por ser líder do governo FHC?
Arruda - O próprio episódio [da
violação" existiu em função da liderança. Isso vale de alerta para
os próximos líderes do governo
Lula. Eles vão ter de defender causas impopulares, defender pleitos
dos companheiros e não os seus.
Folha- O sr. se arrepende?
Arruda - O preço de ser líder é
muito alto. Mas não me arrependo de nada. Se você está convicto
de que está dando uma contribuição a um projeto político, não há
razão para arrependimento.
Folha - Alguma mágoa em relação a FHC e ao PSDB (partido que
deixou para não ser expulso)?
Arruda - Fernando Henrique
sempre foi correto comigo. Os
momentos em que não pôde me
socorrer eu credito aos limites impostos a ele pelo exercício de chefe de Estado. Quanto ao PSDB,
não tenho mágoa, mas também
não tenho saudade.
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