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CONGRESSO
Base de Luiz Inácio Lula da Silva cresce após a eleição, mas é muito menor que a de Fernando Henrique Cardoso nos dois mandatos
Governo já tem o apoio de 250 na Câmara
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Com o troca-troca de partidos,
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) poderá contar com o
apoio de pelo menos 250 deputados federais na Câmara que toma
posse hoje, em Brasília.
Apesar de os aliados do PT terem sido os maiores beneficiados
pelas mudanças, Lula terá uma
base de sustentação na Câmara
menor do que a de seu antecessor,
o presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB). FHC começou
sua primeira gestão, em 1995,
com o apoio formal de 377 deputados. Em 1999, no início do segundo governo, o tucano tinha o
apoio de 379 deputados.
Apesar disso, a bancada do
PSDB no início do primeiro mandato de FHC era menor do que a
do PT: os tucanos tinham na época 62 deputados federais, o que
colocava FHC na dependência do
apoio do PFL do senador Antonio
Carlos Magalhães (BA) e do
PMDB do hoje deputado federal
Jader Barbalho (PA).
A data-limite para a mudança
de legenda é hoje, antes da sessão
de posse, às 15h. Ontem, até as
19h, 28 deputados haviam mudado de partido.
A data da posse é importante
para garantir aos partidos tempo
de propaganda eleitoral -o espaço na TV e no rádio é proporcional ao número de deputados de
uma sigla no dia da posse. A mesma data é usada para a composição das comissões parlamentares.
O partido que mais engordou
com o troca-troca de deputados
foi o PTB, que recebeu 14 parlamentares. No dia 6 de outubro, o
partido elegeu 31 deputados, mas
deverá dar posse hoje a pelo menos 45. "O que atraiu tantas pessoas foi o fato de o partido ser unido, nunca tivemos brigas", afirmou o líder do partido, deputado
federal Roberto Jefferson (RJ).
Mais do que isso, os partidos de
base de sustentação de Lula têm
outros atributos a oferecer aos
novos deputados, como cargos
em ministérios, estatais e em outros órgãos públicos.
Alguns partidos, como o PSB e o
PL, cresceram menos que o esperado. O ex-governador Anthony
Garotinho (PSB) chegou a dizer
que, dos 22 deputados eleitos, a sigla poderia chegar a 34. A Garotinho, que pretende disputar a sucessão de Lula, interessa ter o
maior tempo possível de propaganda eleitoral gratuita.
Pelas últimas trocas de partido
registradas ontem, o PSB havia
ganho pelo menos três novas filiações. Hoje espera-se que ele chegue a 29 deputados.
Membros do partido avaliam
que as investigações sobre supostas irregularidades no governo do
Estado do Rio de Janeiro, porém,
afastaram possíveis adesões.
Quem também cresceu abaixo
do esperado foi o PL, partido do
vice-presidente de Lula, José
Alencar. O PL elegeu 26 deputados federais e queria ultrapassar a
marca dos 32. Até ontem, o partido tinha registrado cinco novas
adesões, mas perdera deputados.
Espera-se que hoje ele também feche o dia com 29 deputados.
Como já se esperava, os partidos de oposição ao novo governo
federal -que apoiavam o governo de Fernando Henrique Cardoso- os que sofreram maiores
baixas: PFL, PSDB, PPB e PMDB.
O PFL, que já perdeu seis deputados e pode perder ainda outros,
ameaçou processar os parlamentares por má-fé. Disse ter sofrido
prejuízos com os deputados que
abandonaram o partido. Ontem,
a diretoria geral da Câmara iria
funcionar até as 22h para receber
pedidos de mudanças de partido.
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