UOL

São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ATO POLÍTICO

Com 27 governadores, Lula leva reformas ao Congresso


Petista vai de ônibus com comitiva e encontra protestos pelo caminho

Presidente ressalta soberania do Legislativo, mas pede votação este ano



Ao completar quatro meses de mandato, no ato de maior simbolismo político de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou ontem pessoalmente no plenário da Câmara dos Deputados no Congresso Nacional as propostas do governo federal de reformas da Previdência e tributária. Lula estava acompanhado de 22 dos 34 ministros do governo, de todos os 27 governadores de Estado, de 10 prefeitos de capitais e de 38 dos 83 membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A primeira-dama, Marisa Letícia, esteve ao lado do presidente o tempo todo.
A comitiva, que partiu de ônibus do Palácio do Planalto, teve de enfrentar no percurso manifestantes contrários às reformas, que realizavam ato em Brasília. Na entrada do Congresso, houve um princípio de tumulto perto de Lula, logo contornado.
Em breve discurso de 13 minutos, feito de improviso, o presidente cobrou dos congressistas que assumam sua responsabilidade e pediu a aprovação das reformas neste ano. Argumentou que em 2004, ano de eleições municipais, as dificuldades seriam maiores. Frisando mais de uma vez que o Congresso é "soberano" e "tem autonomia", Lula fez ainda promessas ao Nordeste -disse que irá transpor as águas do rio São Francisco e construir a rodovia Transnordestina.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB), elogiou a atitude do Planalto em seu discurso. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT), enfatizou as divergências dentro do Congresso e previu dificuldades.
Os governadores foram pegos de surpresa e fizeram críticas a mudanças de última hora no projeto da proposta tributária. Vários deles se opuseram ao que chamaram de constitucionalização da antiga Lei Kandir, que previa isenções fiscais estaduais para empresas exportadoras. A medida deixou de fora da emenda constitucional as formas de compensação aos Estados.
O PFL, maior partido de oposição, já anunciou que vai apresentar uma versão própria sobre a Previdência na semana que vem. As resistências neste segundo caso se concentram na taxação dos servidores inativos.
Ao fim, Lula resumiu: "A sorte está lançada".


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Reformas/executivo: Lula pede pressa ao Congresso e faz promessas ao Nordeste
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.