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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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CLASSE EXECUTIVA

Governadores compararam ônibus com o velho avião presidencial

Presidente tentou até o fim ir a pé

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até o último momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou atravessar a pé a praça dos Três Poderes para entregar as propostas de reforma, conforme havia anunciado em encontro com sindicalistas em São Paulo. Ao pé da rampa do Palácio do Planalto, cercado por quase cem pessoas, acabou sendo convencido a desistir da idéia por seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho.
A solução foi embarcar em um ônibus velho e sem refrigeração, descrito por alguns governadores como parente do "Sucatão", o avião presidencial.
A dúvida sobre a forma de deslocamento pairou durante o dia todo. Ao chegar do Rio, no meio da tarde, Lula propôs aos governadores que o esperavam no Planalto que fizessem a caminhada. Muitos se opuseram, argumentando que seria melhor usar o ônibus -entre eles, os tucanos Geraldo Alckmin (SP) e Aécio Neves (MG).
O presidente concordou. "Não vou forçar ninguém a fazer o que não quer", disse. Mas, minutos depois, após descer a rampa, tentou uma última vez.
"Não dá para a gente entrar ali por trás?", perguntou a Carvalho, apontando para uma entrada lateral do outro lado da rua. No entanto, seguindo recomendação do chefe de gabinete, a comitiva de Lula ocupou quatro ônibus e um microônibus.
Nos últimos dias, a idéia de cruzar a pé a Esplanada dos Ministérios enfrentou forte oposição no Planalto. O mesmo expediente foi utilizado pelo ex-presidente Fernando Collor (90-92), ao cruzar a Esplanada a pé com seus ministros, em 1990, para levar ao Congresso as medidas do Plano Collor.


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