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CLASSE EXECUTIVA
Governadores compararam ônibus com o velho avião presidencial
Presidente tentou até o fim ir a pé
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até o último momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tentou atravessar a pé a praça
dos Três Poderes para entregar
as propostas de reforma, conforme havia anunciado em encontro com sindicalistas em São
Paulo. Ao pé da rampa do Palácio do Planalto, cercado por
quase cem pessoas, acabou sendo convencido a desistir da idéia
por seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho.
A solução foi embarcar em
um ônibus velho e sem refrigeração, descrito por alguns governadores como parente do "Sucatão", o avião presidencial.
A dúvida sobre a forma de
deslocamento pairou durante o
dia todo. Ao chegar do Rio, no
meio da tarde, Lula propôs aos
governadores que o esperavam
no Planalto que fizessem a caminhada. Muitos se opuseram,
argumentando que seria melhor usar o ônibus -entre eles,
os tucanos Geraldo Alckmin
(SP) e Aécio Neves (MG).
O presidente concordou.
"Não vou forçar ninguém a fazer o que não quer", disse. Mas,
minutos depois, após descer a
rampa, tentou uma última vez.
"Não dá para a gente entrar ali
por trás?", perguntou a Carvalho, apontando para uma entrada lateral do outro lado da rua.
No entanto, seguindo recomendação do chefe de gabinete, a
comitiva de Lula ocupou quatro
ônibus e um microônibus.
Nos últimos dias, a idéia de
cruzar a pé a Esplanada dos Ministérios enfrentou forte oposição no Planalto. O mesmo expediente foi utilizado pelo ex-presidente Fernando Collor (90-92), ao cruzar a Esplanada a pé
com seus ministros, em 1990,
para levar ao Congresso as medidas do Plano Collor.
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