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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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Dirceu diz que reformas saem até outubro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse ontem acreditar que as propostas das reformas tributária e da Previdência sejam aprovadas até outubro na Câmara. Não descartou a possibilidade de convocação extraordinária e de acordos com partidos da oposição para aprová-las até o final do ano no Congresso.
Previsão semelhante foi feita pelo ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, que espera a aprovação com "grande parte de sua concepção preservada".
Reconhecendo que não será fácil o debate na Câmara nem no Senado, Dirceu passou a responsabilidade ao Congresso ao dizer que o "presidente Lula, juntamente com governadores, prefeitos e o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social" fizeram sua parte. "Esse é um momento histórico. É a união do país em torno das reformas."
Numa tentativa de mostrar que radicais do PT não devem ser problema para o governo, Dirceu disse que o partido votará com Lula. "No partido existe maioria, direção, comando e decisão, como sempre aconteceu. Disputamos encontros do PT, elegemos Lula presidente contra uma parcela que continua fazendo oposição. Mas na decisão será de acordo com a proposta do governo."
O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) reiterou que o PT tem tradição de debate interno, mas, quando a maioria decide, o partido vota unido. "Esperamos que isso aconteça em relação às reformas." Aliado a isso, Dirceu afirmou que o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), reiterou a ele o apoio de seu partido às reformas, à política econômica do governo e ao programa social. "Isso não significa participação do PMDB em ministérios."
Negando que o governo use "rolo compressor" no Congresso para aprovar projetos, Dirceu voltou a dizer que o governo consegue obter maioria para aprovar emendas com alianças.
Nessa linha, Berzoini afirmou que o governo está aberto ao diálogo. "Temos a convicção de que nossa proposta foi construída com justiça, equilíbrio e diálogo. Acreditamos que, mesmo havendo mudanças, o que é natural do processo legislativo, ela poderá ser aprovada com grande parte de sua concepção preservada."
Berzoini não quis apresentar os pontos que o governo teme resistências, mas cobrou "responsabilidade" do Congresso.
"O governo quer que a proposta tenha um resultado positivo que permita uma Previdência sustentável e justa. Para nós, o importante é que o Congresso aja, como tem agido nos últimos meses, com responsabilidade."
Berzoini disse que será possível aparar arestas. "Não precisamos necessariamente trabalhar com a idéia de enquadramento, mas de convencimento e esclarecimento. Vamos atingir esse objetivo."
Para o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, as propostas têm convergência de boa parte do setor industrial. "Mas, como o presidente falou, o Congresso é soberano para discutir. Por outro lado, ela tem muita aderência sobre os anseios do setor empresarial." (LUCIANA CONSTANTINO e LEONARDO SOUZA)


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