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Inativo vive com menos, diz Mantega
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, defendeu ontem
a cobrança de contribuição dos
trabalhadores inativos do serviço
público e argumentou que o aposentado pode "sobreviver" com
menos dinheiro que os trabalhadores da ativa.
"O trabalhador [da ativa] recebe
menos do que o inativo. Isso é
uma incoerência. Em todos os
países do mundo, o trabalhador,
quando se aposenta, precisa de
menos recursos para sobreviver.
Ele não gasta dinheiro em condução, vestuário e tudo o mais. Então ele pode sobreviver com uma
renda menor", disse.
A tributação dos inativos é um
dos pontos mais polêmicos da
proposta de reforma da Previdência que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva levou hoje à Câmara
dos Deputados, junto com o texto
da reforma tributária.
Para o ministro, é importante
que o servidor inativo pague
"uma pequena contribuição" para equilibrar o sistema previdenciário. "Acho que é justo", afirmou Mantega.
O ministro ressaltou que a tributação dos inativos vai ajudar a
reduzir o déficit de R$ 30 bilhões
da Previdência Social. "Você não
vai eliminar esses R$ 30 bilhões de
déficit de uma vez só, você vai diminuir aos poucos."
Mantega se disse otimista com a
aprovação das reformas no Congresso, mas ressaltou que o Legislativo tem autonomia para discutir e até eventualmente fazer alterações nos textos enviados pelo
Executivo.
"Ninguém imagina que serão
aprovadas exatamente como foram apresentadas. Mas na sua
maior parte serão aprovadas. Os
governadores [que apoiaram as
propostas" representam uma parte importante da nação", disse.
Garantir o futuro
Para Mantega, o mais importante da reforma é que as mudanças no sistema previdenciário vão
garantir que os aposentados recebam de fato os benefícios no futuro. Segundo ele, se não for feito
nada agora, a Previdência poderá
chegar a uma situação de inadimplência daqui a alguns anos.
Outro ponto importante que o
ministro citou é a redução do déficit fiscal. Ele disse que um dos
motivos que levam o governo a
gastar mais do que arrecada é o
rombo da Previdência, que precisa ser coberto todos os anos com
dinheiro público.
"Vamos reduzir um pouco o déficit público e fiscal não só do governo federal, mas também dos
Estados e municípios", disse.
O Ministério do Planejamento é
o responsável pela montagem do
Orçamento da União. É ali que o
governo define a repartição dos
recursos arrecadados pelo governo federal.
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