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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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Inativo vive com menos, diz Mantega

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, defendeu ontem a cobrança de contribuição dos trabalhadores inativos do serviço público e argumentou que o aposentado pode "sobreviver" com menos dinheiro que os trabalhadores da ativa.
"O trabalhador [da ativa] recebe menos do que o inativo. Isso é uma incoerência. Em todos os países do mundo, o trabalhador, quando se aposenta, precisa de menos recursos para sobreviver. Ele não gasta dinheiro em condução, vestuário e tudo o mais. Então ele pode sobreviver com uma renda menor", disse.
A tributação dos inativos é um dos pontos mais polêmicos da proposta de reforma da Previdência que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou hoje à Câmara dos Deputados, junto com o texto da reforma tributária.
Para o ministro, é importante que o servidor inativo pague "uma pequena contribuição" para equilibrar o sistema previdenciário. "Acho que é justo", afirmou Mantega.
O ministro ressaltou que a tributação dos inativos vai ajudar a reduzir o déficit de R$ 30 bilhões da Previdência Social. "Você não vai eliminar esses R$ 30 bilhões de déficit de uma vez só, você vai diminuir aos poucos."
Mantega se disse otimista com a aprovação das reformas no Congresso, mas ressaltou que o Legislativo tem autonomia para discutir e até eventualmente fazer alterações nos textos enviados pelo Executivo.
"Ninguém imagina que serão aprovadas exatamente como foram apresentadas. Mas na sua maior parte serão aprovadas. Os governadores [que apoiaram as propostas" representam uma parte importante da nação", disse.

Garantir o futuro
Para Mantega, o mais importante da reforma é que as mudanças no sistema previdenciário vão garantir que os aposentados recebam de fato os benefícios no futuro. Segundo ele, se não for feito nada agora, a Previdência poderá chegar a uma situação de inadimplência daqui a alguns anos.
Outro ponto importante que o ministro citou é a redução do déficit fiscal. Ele disse que um dos motivos que levam o governo a gastar mais do que arrecada é o rombo da Previdência, que precisa ser coberto todos os anos com dinheiro público.
"Vamos reduzir um pouco o déficit público e fiscal não só do governo federal, mas também dos Estados e municípios", disse.
O Ministério do Planejamento é o responsável pela montagem do Orçamento da União. É ali que o governo define a repartição dos recursos arrecadados pelo governo federal.


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