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Transações com imóveis terão novas alíquotas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto de reforma tributária incorporou uma proposta
inesperada: a permissão para
que o ITBI, o imposto sobre as
transações com imóveis, tenha
alíquotas progressivas de acordo com o valor dos negócios.
O tributo atualmente tem alíquota de 2%. Caso a nova regra
seja aprovada, os municípios
terão liberdade para elevar a
tributação -a Fazenda, previsivelmente, prefere chamar a
atenção para a possibilidade de
redução para casas populares.
Em 91, na gestão da então
prefeita de São Paulo, Luiza
Erundina (PT, hoje no PSB), o
ITBI passou a ser cobrado de
forma progressiva na cidade,
com alíquotas de 2% a 6%. A
medida teve sua constitucionalidade contestada na Justiça e,
em 2001, uma lei restabeleceu a
alíquota única.
A progressividade é uma das
bandeiras da reforma tributária de Lula -o princípio de tributar mais os mais ricos também está sendo proposto para
o imposto sobre a herança, que
é estadual. Neste caso, porém,
haverá uma legislação unificada para todo o país, enquanto
para o ITBI os municípios terão autonomia para fixar alíquotas.
Social
Outra proposta para tornar o
sistema de impostos mais progressivo é aplicar a mais baixa
das cinco alíquotas do novo
ICMS aos produtos da cesta básica, o que reduziria a carga tributária sobre os mais pobres.
Uma das críticas mais comuns ao sistema brasileiro diz
respeito ao peso dos tributos
indiretos (aqueles embutidos
no preço dos produtos), regressivos. A opção do país pode ser explicada pela insuficiência de renda e patrimônio,
alvos da tributação direta.
Ainda que tenha recebido esse tempero "social", que inclui
ainda a previsão de um programa de renda mínima, a reforma tributária tem maior preocupação com o lado fiscal, ou
seja, a necessidade de manter
-e cada vez mais se fala em
elevar- a arrecadação de
União, Estados e municípios.
(GUSTAVO PATÚ)
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