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GOVERNO
Presidente tomou decisão após conversa com Inocêncio Oliveira, candidato, com quem terá nova reunião
FHC adia nomeação de líder na Câmara
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso adiou a indicação do
líder do governo na Câmara dos
Deputados, após conversar por 40
minutos com o líder do PFL na Casa, Inocêncio Oliveira (PE), candidato ao cargo.
Um novo encontro ficou marcado para depois da votação da reforma da Previdência Social, marcada para quarta-feira da semana
que vem.
Até lá a coordenação política do
governo na Câmara será feita por
um colegiado formado pelos líderes dos partidos aliados e pelos
quatro vice-líderes do governo.
"Vamos aprofundar a conversa
com o presidente", afirmou o deputado.
Até a próxima semana, Inocêncio decidirá se cede na condição
que impôs para aceitar a função:
acumular a liderança do PFL e do
governo.
Essa exigência é o principal obstáculo para que Inocêncio Oliveira
seja oficializado no cargo de líder
do governo.
"Não quero ser um general sem
tropas", disse. Como líder do PFL,
Inocêncio comanda uma bancada
de 112 deputados.
O líder do governo na prática
não tem uma bancada específica e
tem de tentar aglutinar os interesses diversos dos partidos aliados.
Possível recuo
Na conversa de ontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que não preencherá o
cargo enquanto não conversar novamente com o pefelista, sinalizando que conta com um possível
recuo de Inocêncio com relação à
sua exigência.
Segundo Inocêncio, FHC deixou
claro que não tem nenhum outro
candidato para a vaga do deputado Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), morto na semana passada de infarto em Brasília.
O líder apresentou uma lista
com oito nomes de governistas
que poderiam ocupar o cargo de
líder do governo.
O presidente, no entanto, reforçou o convite a Inocêncio. "Neste
momento de votação importante é
mais proveitoso para o governo
que eu permaneça à frente do PFL,
que tem 112 votos", afirmou o deputado.
"O presidente concordou com o
argumento do deputado e elogiou
o espírito cívico dele, uma vez que
se mostrou mais preocupado com
as votações do que em galgar novas posições", disse o porta-voz da
Presidência da República, Sergio
Amaral.
Presidência da Câmara
A disputa pela presidência da
Câmara no início do próximo ano
é outro motivo que pesa na decisão de Inocêncio Oliveira de permanecer nos dois cargos ao mesmo tempo.
O deputado avalia que, deixando
o cargo de líder do PFL, sairá enfraquecido na tentativa se eleger
presidente da Casa.
Inocêncio diz ter o aval do presidente do Senado, Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA), para ocupar
o cargo que era de seu filho Luís
Eduardo.
Antes de dar a resposta final ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso, o deputado Inocêncio
Oliveira pretende buscar o apoio
de outros pefelistas.
(LUIZA DAMÉ e
DENISE MADUEÑO)
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