São Paulo, sexta, 1 de maio de 1998

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GOVERNO
Presidente tomou decisão após conversa com Inocêncio Oliveira, candidato, com quem terá nova reunião
FHC adia nomeação de líder na Câmara

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso adiou a indicação do líder do governo na Câmara dos Deputados, após conversar por 40 minutos com o líder do PFL na Casa, Inocêncio Oliveira (PE), candidato ao cargo.
Um novo encontro ficou marcado para depois da votação da reforma da Previdência Social, marcada para quarta-feira da semana que vem.
Até lá a coordenação política do governo na Câmara será feita por um colegiado formado pelos líderes dos partidos aliados e pelos quatro vice-líderes do governo.
"Vamos aprofundar a conversa com o presidente", afirmou o deputado.
Até a próxima semana, Inocêncio decidirá se cede na condição que impôs para aceitar a função: acumular a liderança do PFL e do governo.
Essa exigência é o principal obstáculo para que Inocêncio Oliveira seja oficializado no cargo de líder do governo.
"Não quero ser um general sem tropas", disse. Como líder do PFL, Inocêncio comanda uma bancada de 112 deputados.
O líder do governo na prática não tem uma bancada específica e tem de tentar aglutinar os interesses diversos dos partidos aliados.
Possível recuo
Na conversa de ontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que não preencherá o cargo enquanto não conversar novamente com o pefelista, sinalizando que conta com um possível recuo de Inocêncio com relação à sua exigência.
Segundo Inocêncio, FHC deixou claro que não tem nenhum outro candidato para a vaga do deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), morto na semana passada de infarto em Brasília.
O líder apresentou uma lista com oito nomes de governistas que poderiam ocupar o cargo de líder do governo.
O presidente, no entanto, reforçou o convite a Inocêncio. "Neste momento de votação importante é mais proveitoso para o governo que eu permaneça à frente do PFL, que tem 112 votos", afirmou o deputado.
"O presidente concordou com o argumento do deputado e elogiou o espírito cívico dele, uma vez que se mostrou mais preocupado com as votações do que em galgar novas posições", disse o porta-voz da Presidência da República, Sergio Amaral.

Presidência da Câmara
A disputa pela presidência da Câmara no início do próximo ano é outro motivo que pesa na decisão de Inocêncio Oliveira de permanecer nos dois cargos ao mesmo tempo.
O deputado avalia que, deixando o cargo de líder do PFL, sairá enfraquecido na tentativa se eleger presidente da Casa.
Inocêncio diz ter o aval do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), para ocupar o cargo que era de seu filho Luís Eduardo.
Antes de dar a resposta final ao presidente Fernando Henrique Cardoso, o deputado Inocêncio Oliveira pretende buscar o apoio de outros pefelistas.
(LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO)


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