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TÍTULO SOB SUSPEITA
Requião acusa Planalto e PFL de fechar acordo
Relator da CPI afirma que está
sentindo 'cheiro de pizza no ar'
da Sucursal de Brasília
O relator da CPI dos Precatórios,
senador Roberto Requião
(PMDB-PR), afirmou ontem que
está em andamento "uma grande
armação" para desmoralizar a investigação sobre a emissão e negociação de títulos públicos e evitar
que políticos sejam responsabilizados por irregularidades.
"Senti cheiro de pizza no ar",
disse Requião. É a primeira vez que
o senador reconhece que a CPI enfrenta problemas políticos que poderão impedir a aprovação de um
relatório contundente sobre fraudes envolvendo títulos públicos.
Requião afirmou que teria "todos os sinais" de que a direção nacional do PFL e o Palácio do Planalto estariam unidos em uma estratégia de apoio ao governador de
Santa Catarina, Paulo Afonso
Vieira (PMDB), acusado de emitir
títulos de forma irregular.
O governador é acusado de usar
recursos da emissão de R$ 605 milhões para despesas públicas e não
exclusivamente para o pagamento
de precatórios.
O apoio a Paulo Afonso, segundo
Requião, faria parte do acordo para a aprovação da emenda da reeleição na Câmara. O governador
garantiu os cinco votos do PMDB
catarinense na Câmara a favor da
emenda da reeleição.
"Não diria que estão fazendo
trambique, mas está novamente
em ação a grande fraternidade da
reeleição comandada pelo Palácio
do Planalto", acusou Requião.
A assessoria de imprensa do Planalto recusou-se a comentar as declarações do senador Requião.
A Folha procurou o presidente
do PFL, deputado José Jorge (PE).
Os telefones da casa de Jorge em
Recife não atendiam no sábado à
tarde.
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