|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Suassuna desiste de reassumir ministério
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PMDB no Senado,
Renan Calheiros (AL), indicou ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso o nome de Luciano Barbosa, secretário das Finanças da
Prefeitura de Arapiraca (AL), para o cargo de ministro da Integração Nacional.
O senador Ney Suassuna
(PMDB-PB), que era a opção política, desistiu de voltar ao cargo.
Em nota divulgada ontem,
Suassuna disse que não será candidato ao governo da Paraíba e
que se sentia no dever de "declinar do convite, por não ter o direito de oferecer nenhuma sombra
de embaraço ou constrangimento
ao presidente e amigo".
Um assessor particular do senador -José Elísio Ferreira Júnior-, detido no mês passado
sob a acusação de receber R$ 100
mil de propina, voltou a ser preso
na última quarta-feira.
Ao entregar a escolha a Renan, o
Palácio do Planalto pretendeu
acomodar o interesse dos senadores descontentes, aumentando o
cacife da cúpula do PMDB na
convenção nacional do próximo
dia 15 para oficializar a aliança
com o PSDB.
Na conversa com Renan, anteontem, FHC disse que o nome
para o cargo seria indicado pelo
PMDB. O líder do partido afirmou que a bancada mantinha a
confiança em Suassuna, apesar
das acusações contra o seu assessor, suspeito de receber propina,
segundo reportagem da revista
"Época". Mas Renan aproveitou a
audiência para apresentar o nome
de Barbosa como uma solução
técnica caso Suassuna não aceitasse o convite.
O assessor de Suassuna foi detido no dia 16 de maio quando recebia, em um carro estacionado em
frente a um banco, uma mala com
R$ 100 mil. Recebeu o dinheiro de
Giovanni Riccardi, que trabalha
para o senador Wellington Roberto (PTB-PB) e também foi preso na última quarta.
Os dois são investigados pelo
Ministério Público Federal por
suspeita de participar de um esquema de pagamento de propina
no Ministério da Integração Nacional, no DNER (Departamento
Nacional de Estradas de Rodagem) e no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Escutas telefônicas feitas com
autorização judicial apontam como líder do esquema um "baixinho careca". Num trecho, Elísio
afirma: "Esse dinheiro é para o
Nei comprar um apartamento".
Suassuna negou qualquer envolvimento com o fato investigado. Mas disse que mantém relações comerciais com Elísio há 18
anos. Elísio e Riccardi não se manifestaram sobre o assunto.
Texto Anterior: Simon volta às origens e investe sobre FHC Próximo Texto: Garotinho quer barrar pesquisa no TSE Índice
|