São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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Suassuna desiste de reassumir ministério

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), indicou ao presidente Fernando Henrique Cardoso o nome de Luciano Barbosa, secretário das Finanças da Prefeitura de Arapiraca (AL), para o cargo de ministro da Integração Nacional.
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que era a opção política, desistiu de voltar ao cargo.
Em nota divulgada ontem, Suassuna disse que não será candidato ao governo da Paraíba e que se sentia no dever de "declinar do convite, por não ter o direito de oferecer nenhuma sombra de embaraço ou constrangimento ao presidente e amigo".
Um assessor particular do senador -José Elísio Ferreira Júnior-, detido no mês passado sob a acusação de receber R$ 100 mil de propina, voltou a ser preso na última quarta-feira.
Ao entregar a escolha a Renan, o Palácio do Planalto pretendeu acomodar o interesse dos senadores descontentes, aumentando o cacife da cúpula do PMDB na convenção nacional do próximo dia 15 para oficializar a aliança com o PSDB.
Na conversa com Renan, anteontem, FHC disse que o nome para o cargo seria indicado pelo PMDB. O líder do partido afirmou que a bancada mantinha a confiança em Suassuna, apesar das acusações contra o seu assessor, suspeito de receber propina, segundo reportagem da revista "Época". Mas Renan aproveitou a audiência para apresentar o nome de Barbosa como uma solução técnica caso Suassuna não aceitasse o convite.
O assessor de Suassuna foi detido no dia 16 de maio quando recebia, em um carro estacionado em frente a um banco, uma mala com R$ 100 mil. Recebeu o dinheiro de Giovanni Riccardi, que trabalha para o senador Wellington Roberto (PTB-PB) e também foi preso na última quarta.
Os dois são investigados pelo Ministério Público Federal por suspeita de participar de um esquema de pagamento de propina no Ministério da Integração Nacional, no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) e no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Escutas telefônicas feitas com autorização judicial apontam como líder do esquema um "baixinho careca". Num trecho, Elísio afirma: "Esse dinheiro é para o Nei comprar um apartamento".
Suassuna negou qualquer envolvimento com o fato investigado. Mas disse que mantém relações comerciais com Elísio há 18 anos. Elísio e Riccardi não se manifestaram sobre o assunto.



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