São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Explicações incluem "cocadinhas" e "folders"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os depoimentos dados à Justiça trazem contradições entre os acusados e um aparente padrão: no lugar do que a PF diz haver pagamento de propina, aparece nada mais do que entrega de "cocadinhas", "papel higiênico" ou "folders".
A principal contradição detectada pela PF são relacionadas às versões dadas para o encontro entre a diretora da Gautama Maria de Fátima Palmeira, o ex-assessor do Ministério de Minas e Energia Ivo Costa e o lobista Sérgio Sá, em março.
Segundo a PF, há suspeita de que a Gautama entregou ali R$ 100 mil de propina a "autoridades do ministério", episódio que resultou na saída de Silas Rondeau do governo. Ao depor, Sá diz que encontrou Fátima casualmente, mas ela afirma ter sido chamada pelo lobista.
Sá nega ter recebido propina do esquema. Ele disse que recebeu um pedido do governador do Piauí, Welington Dias, para "acelerar o programa Luz para Todos", mas explicou que o fato de "prestar uma gentileza ao governador do Estado do Piauí, ou a uma empresa como a de Zuleido [Veras], absolutamente de graça, não se constitui em um fato inusitado".
Já o superintendente de obras da Gautama no Maranhão, Vicente Coni, disse no STJ que "levou umas cocadinhas" da Bahia para Alexandre Lago, -sobrinho do governador Jackson Lago-, acusado de receber dinheiro do esquema.
A mala entregue pela diretora Maria de Fátima aos sobrinhos de Lago não conteria dinheiro, como afirma a PF, mas "folders referentes às construtoras Gautma e Ecosama [também de Zuleido]", segundo Maria de Fátima. Em outra situação, Zuleido teria pego a bolsa de Fátima (cena captada na investigação da PF) atrás de papel higiênico e não de dinheiro, como acredita a polícia.


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