|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Explicações incluem "cocadinhas" e "folders"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os depoimentos dados à Justiça trazem contradições entre
os acusados e um aparente padrão: no lugar do que a PF diz
haver pagamento de propina,
aparece nada mais do que entrega de "cocadinhas", "papel
higiênico" ou "folders".
A principal contradição detectada pela PF são relacionadas às versões dadas para o encontro entre a diretora da Gautama Maria de Fátima Palmeira, o ex-assessor do Ministério
de Minas e Energia Ivo Costa e
o lobista Sérgio Sá, em março.
Segundo a PF, há suspeita de
que a Gautama entregou ali R$
100 mil de propina a "autoridades do ministério", episódio
que resultou na saída de Silas
Rondeau do governo. Ao depor,
Sá diz que encontrou Fátima
casualmente, mas ela afirma
ter sido chamada pelo lobista.
Sá nega ter recebido propina
do esquema. Ele disse que recebeu um pedido do governador
do Piauí, Welington Dias, para
"acelerar o programa Luz para
Todos", mas explicou que o fato
de "prestar uma gentileza ao
governador do Estado do Piauí,
ou a uma empresa como a de
Zuleido [Veras], absolutamente de graça, não se constitui em
um fato inusitado".
Já o superintendente de
obras da Gautama no Maranhão, Vicente Coni, disse no
STJ que "levou umas cocadinhas" da Bahia para Alexandre
Lago, -sobrinho do governador Jackson Lago-, acusado de
receber dinheiro do esquema.
A mala entregue pela diretora Maria de Fátima aos sobrinhos de Lago não conteria dinheiro, como afirma a PF, mas
"folders referentes às construtoras Gautma e Ecosama [também de Zuleido]", segundo Maria de Fátima. Em outra situação, Zuleido teria pego a bolsa
de Fátima (cena captada na investigação da PF) atrás de papel higiênico e não de dinheiro,
como acredita a polícia.
Texto Anterior: Gautama queria licitação do rio Madeira Próximo Texto: Não sou ameaça para ninguém, diz jornalista Índice
|