DA REDAÇÃO

Em mais de 70 anos de atividade, com mais de 400 livros publicados e 25 milhões de exemplares vendidos, Chico Xavier tornou-se o grande líder espiritual para os cerca de 2,34 milhões de adeptos do espiritismo no Brasil.
Francisco Cândido Xavier nasceu no município de Pedro Leopoldo (MG) em 2 de abril de 1910, filho de um vendedor de bilhetes de loteria e uma lavadeira.
Sua mãe morreu quando ele tinha cinco anos. A princípio, Chico Xavier foi morar com sua madrinha, mas três meses depois seu pai casou-se novamente, e o então garoto voltou a morar com ele.
Em 1919, Chico Xavier começou a frequentar o curso primário e a trabalhar em uma fábrica de tecidos. Em 1923, concluiu o primário e, dois anos depois, começou a trabalhar em bares e vendas.
Teve sua primeira experiência espírita em 7 de maio de 1927. Sua irmã Maria Xavier, doente e desenganada pelos médicos, foi levada até a casa de uma família espírita. Ela ficou curada depois que Chico Xavier fez uma prece em torno do leito da irmã. No mesmo ano, ele participou de sua sua primeira reunião espírita.
Desde então, relatou ter recebido muitas mensagens de espíritos. Várias delas saíram a público, estampadas, a partir de 1928, em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier.
Em 1931, citou pela primeira vez o espírito Emmanuel, que se tornaria seu mentor espiritual. No ano seguinte, psicografou seu primeiro livro, "Parnaso de Além-túmulo".
Em 1935, entrou para o funcionalismo público, como datilógrafo do Ministério da Agricultura. Nos anos seguintes, publicou mais alguns livros psicografados -incluindo "Nosso Lar", com tiragem de mais de 1 milhão de exemplares- e foi internado algumas vezes, mostrando a fragilidade de sua saúde.
Em 1950, já havia lançado mais de 20 livros psicografados e já era bastante conhecido no Brasil e no exterior.
Em 1958, seu sobrinho Amauri Xavier Pena, também espírita e psicógrafo, declarou que tudo o que havia psicografado era criado por ele próprio. Disse que seu tio fazia o mesmo, gerando uma crise na comunidade espírita.
No ano seguinte, Chico Xavier se mudou para Uberaba. Lá, iniciou as atividades mediúnicas, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, e deu início à famosa peregrinação por lares carentes aos sábados. Uberaba transformou-se num pólo de peregrinação de espíritas que queriam conhecer o médium.
Em 60, publicou, com o também médium Waldo Pereira, o livro "Mecanismos da Mediunidade". Em 63, aposentou-se por incapacidade. Nos anos seguintes, viajou para os EUA para difundir o espiritismo e para fazer tratamento de saúde.
Em 1975, aos 65 anos, anunciou que encerraria suas atividades mediúnicas devido ao desgaste físico e por não conseguir superar a hipotensão. Em 85, recebeu a visita da viúva de Tancredo Neves. Em 89 foi a vez de Fernando Collor, que apoiou na campanha presidencial.
Em 1995, um enfisema pulmonar o deixou com 35 quilos e preso a uma cadeira de rodas. Ainda assim continuou a psicografar e a lançar livros.
No ano passado, foi internado com pneumonia, mas teve alta e voltou para casa. Desde então, era monitorado por seu médico.


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