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Presidente associa crimes a desemprego
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No mesmo dia em que discutiu
com os 27 governadores propostas para a unificação dos programas sociais do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que não haja disputa pessoal
nem defesa de interesses nas
ações do governo.
Em discurso na solenidade de
lançamento do programa Primeiro Emprego, no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que o desemprego é "uma doença crônica", que acaba deixando a juventude sem perspectiva.
"Não vamos aqui ficar preocupados [em saber] de quem é a
idéia. Não vamos ficar preocupados quem foi que fez a proposta.
A nós não interessa amanhã ou
depois de amanhã fazermos DNA
para sabermos quem é o pai do
Primeiro Emprego", afirmou.
Uma das preocupações do Planalto com o programa era evitar
que ele fosse alvo de críticas, como aconteceu com o Fome Zero
quando foi lançado. Por isso, o
governo adiou a divulgação do
Primeiro Emprego, inicialmente
prevista para 1º de maio, para
"aperfeiçoar o trabalho".
"Se pudesse pedir a Deus, pediria que esse [Primeiro Emprego]
seja filho de uma imensa coletividade que conseguiu produzir sem
nenhuma vaidade pessoal, interesse menor e interesse político-eleitoral uma proposta que nos
permitiu olhar os nossos filhos
nos olhos e dizer: "Estamos apenas fazendo a nossa obrigação.
Dando a vocês a oportunidade
que nós, políticos, tivemos'",
completou Lula.
Por mais de uma vez, o presidente ligou indiretamente o desemprego à criminalidade durante seu discurso, dizendo que preferia investir em programas de geração de vagas e de educação a
construir presídios.
"Vão dizer que algum dia neste
país a gente fez uma opção e preferiu investir na educação ou no
emprego do que construir prisões. E cada vez mais as prisões
exigidas são de segurança máxima. Portanto, se gasta mais para
punir os criminosos."
E continuou: "Se esse programa
for executado com carinho, e quero que seja, e se investirmos em
educação, como estamos pensando em investir, vamos apenas
constatar o óbvio daqui a alguns
anos. Que é muito mais barato investir em educação e emprego do
que em prisões que tanto a sociedade reivindica".
Para Lula, a falta de perspectiva
leva a juventude a não acreditar
em instituições como sindicatos e
igrejas. "A verdade é que isso vai
deixando a juventude sem nenhuma condição de acreditar que alguém vai fazer algo por ela."
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