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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

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Presidente associa crimes a desemprego

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mesmo dia em que discutiu com os 27 governadores propostas para a unificação dos programas sociais do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que não haja disputa pessoal nem defesa de interesses nas ações do governo.
Em discurso na solenidade de lançamento do programa Primeiro Emprego, no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que o desemprego é "uma doença crônica", que acaba deixando a juventude sem perspectiva.
"Não vamos aqui ficar preocupados [em saber] de quem é a idéia. Não vamos ficar preocupados quem foi que fez a proposta. A nós não interessa amanhã ou depois de amanhã fazermos DNA para sabermos quem é o pai do Primeiro Emprego", afirmou.
Uma das preocupações do Planalto com o programa era evitar que ele fosse alvo de críticas, como aconteceu com o Fome Zero quando foi lançado. Por isso, o governo adiou a divulgação do Primeiro Emprego, inicialmente prevista para 1º de maio, para "aperfeiçoar o trabalho".
"Se pudesse pedir a Deus, pediria que esse [Primeiro Emprego] seja filho de uma imensa coletividade que conseguiu produzir sem nenhuma vaidade pessoal, interesse menor e interesse político-eleitoral uma proposta que nos permitiu olhar os nossos filhos nos olhos e dizer: "Estamos apenas fazendo a nossa obrigação. Dando a vocês a oportunidade que nós, políticos, tivemos'", completou Lula.
Por mais de uma vez, o presidente ligou indiretamente o desemprego à criminalidade durante seu discurso, dizendo que preferia investir em programas de geração de vagas e de educação a construir presídios.
"Vão dizer que algum dia neste país a gente fez uma opção e preferiu investir na educação ou no emprego do que construir prisões. E cada vez mais as prisões exigidas são de segurança máxima. Portanto, se gasta mais para punir os criminosos."
E continuou: "Se esse programa for executado com carinho, e quero que seja, e se investirmos em educação, como estamos pensando em investir, vamos apenas constatar o óbvio daqui a alguns anos. Que é muito mais barato investir em educação e emprego do que em prisões que tanto a sociedade reivindica".
Para Lula, a falta de perspectiva leva a juventude a não acreditar em instituições como sindicatos e igrejas. "A verdade é que isso vai deixando a juventude sem nenhuma condição de acreditar que alguém vai fazer algo por ela."


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