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A FAVOR
Proibição seria
retrocesso, diz
procurador-geral
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Rodrigo Pinho, diz
que a tentativa de proibir o poder
de investigação do Ministério Público é um retrocesso para o Estado democrático. Leia a entrevista:
Folha - Por que o Ministério Público deve investigar?
Rodrigo Pinho - É indispensável
que o promotor possa recolher,
com absoluta independência, as
provas necessárias para a formação de seu convencimento. Limitar esse poder significa contribuir
para o aumento da impunidade
em nosso país. Enquanto o Ministério Público investigava somente
pessoas carentes, jamais se cogitou tamanho retrocesso ao Estado
democrático em nosso país. Nem
no tempo do regime militar.
Folha - Submeter todas as investigações à polícia é um retrocesso?
Pinho - Não pretendemos substituir o trabalho da polícia. Mas a
polícia não dispõe das mesmas
prerrogativas que o Ministério
Público. Prevalece [na polícia] o
princípio da hierarquia. Mas não
se pode restringir o poder de investigação nem conceder o monopólio da investigação a uma
única instituição nem fazer do
promotor um mero transmissor
da prova produzida pela polícia.
Folha - O fato de o promotor participar da coleta de provas não contamina sua atuação no tribunal?
Pinho - Não. Quem não pode
produzir prova é o juiz, que julga
os fatos. O Ministério Público pode acompanhar a produção de
provas desde o início assim como
os próprios advogados.
Folha - Mas nem sempre a defesa
tem acesso as provas obtidas pelo
Ministério Público.
Pinho - Excessos cometidos pela
instituição não justificam medidas inibitórias. Se ocorrem excessos, vamos corrigir isso.
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