São Paulo, Quarta-feira, 01 de Setembro de 1999
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NO AR
Vamos sonhar

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

- O papel aceita qualquer coisa.
Era um diretor da Fiesp, sobre o Avança Brasil, ontem na TV. Como ele, falaram incontáveis outros. Ao contrário dele, a maioria a favor.
Estavam no Palácio do Planalto, convidados por FHC. O presidente falou mais que todos, é claro.
Falou em "revolução na estrutura do Estado". Soltou frases de campanha:
- Nós confiamos no Brasil. Eu confio no Brasil.
Palmas. Outra:
- O Brasil novo e radiante está ao alcance das nossas mãos.
Outra, avisando ser adaptação de Martin Luther King:
- Vamos, sim, sonhar com uma sociedade que dê emprego para todos... Vamos sonhar com isso.
E o diretor da Fiesp, de nome Roberto Faldini, depois:
- É o sonho de todos nós. Se conseguirmos tudo o que está escrito, o Brasil será um dos melhores países do mundo. Esperamos que as metas escritas sejam estímulos para atitudes concretas.

Não faltou ceticismo diante dos números jogados no ar, como "investimentos de quase R$ 1 trilhão" e geração de 8,5 milhões de empregos.
Enquanto Tasso Jereissati e Pimenta da Veiga saudavam -de novo- o verdadeiro início do segundo mandato de FHC, Mário Covas se mostrava contido nos elogios, ressalvando que as metas se distribuem por quatro anos.
Mais diretos foram Michel Temer e Inocêncio Oliveira, que avisaram que não vai ser fácil aprovar na Câmara dos Deputados a prorrogação e o aumento de impostos, como quer FHC.
Os petistas nem perderam tempo. Já foram chamando de golpe de marketing.

ACM e Jader Barbalho elogiaram largamente, o que não quer dizer nada.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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