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NO AR
Vamos sonhar
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
- O papel aceita qualquer
coisa.
Era um diretor da Fiesp, sobre o Avança Brasil, ontem na
TV. Como ele, falaram incontáveis outros. Ao contrário dele, a maioria a favor.
Estavam no Palácio do Planalto, convidados por FHC. O
presidente falou mais que todos, é claro.
Falou em "revolução na estrutura do Estado". Soltou frases de campanha:
- Nós confiamos no Brasil.
Eu confio no Brasil.
Palmas. Outra:
- O Brasil novo e radiante
está ao alcance das nossas
mãos.
Outra, avisando ser adaptação de Martin Luther King:
- Vamos, sim, sonhar com
uma sociedade que dê emprego
para todos... Vamos sonhar
com isso.
E o diretor da Fiesp, de nome
Roberto Faldini, depois:
- É o sonho de todos nós. Se
conseguirmos tudo o que está
escrito, o Brasil será um dos
melhores países do mundo. Esperamos que as metas escritas
sejam estímulos para atitudes
concretas.
Não faltou ceticismo diante
dos números jogados no ar, como "investimentos de quase R$
1 trilhão" e geração de 8,5 milhões de empregos.
Enquanto Tasso Jereissati e
Pimenta da Veiga saudavam
-de novo- o verdadeiro início do segundo mandato de
FHC, Mário Covas se mostrava
contido nos elogios, ressalvando que as metas se distribuem
por quatro anos.
Mais diretos foram Michel
Temer e Inocêncio Oliveira,
que avisaram que não vai ser
fácil aprovar na Câmara dos
Deputados a prorrogação e o
aumento de impostos, como
quer FHC.
Os petistas nem perderam
tempo. Já foram chamando de
golpe de marketing.
ACM e Jader Barbalho elogiaram largamente, o que não
quer dizer nada.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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