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Eleitor escolhe adversário de Conde
LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO
O eleitorado carioca vai escolher hoje quem disputará o segundo turno com o prefeito Luiz Paulo Conde (PFL): o ex-prefeito Cesar Maia (PTB) ou a vice-governadora Benedita da Silva (PT).
A campanha ficou centrada na
questão da continuidade administrativa. A principal voz destoante foi a do ex-governador
Leonel Brizola (PDT), que usou a
eleição para criticar o presidente
Fernando Henrique Cardoso e o
governador Anthony Garotinho.
Com boa avaliação, Conde fez
uma campanha ressaltando suas
realizações e o bom entendimento com o governo estadual e federal. Nas últimas semanas, passou
à defensiva por causa de sua lei de
apart-hotéis. Aprovada em 1999,
ela permite a construção de prédios com apartamentos de 30 m2,
o que está estimulando a corrida
de construtoras para derrubar antigos casarões e pequenos prédios. A degradação urbana foi o
mote para que todos os candidatos de oposição atacassem Conde.
Foi Cesar Maia, em sua gestão
na prefeitura (93-96), quem lançou Conde para concorrer à sua
sucessão. Os dois viraram desafetos quando ambos decidiram disputar a eleição. Sem espaço no
PFL, Maia buscou abrigo no PTB.
Na campanha, os dois disputaram a paternidade de obras e projetos começados no governo de
Maia (com Conde como secretário), como o Rio Cidade, o Favela
Bairro e a Linha Amarela.
O ex-prefeito procurou abrandar sua postura agressiva na campanha de 1998 e evitou os factóides. Eleito com um discurso de direita em 1992, Maia tenta desfazer
essa imagem e voltar à esquerda,
onde esteve com o PCB e o PDT.
Embora tenha saído na frente
na disputa, Maia veio caindo nas
pesquisas desde julho, até embolar com Benedita no último mês.
A petista está agora distante do
desempenho que obteve em 1992,
quando foi a primeira colocada
no primeiro turno, com 32,9%
dos votos válidos. Na disputa do
segundo turno, perdeu a eleição
para Maia, que obteve 51,2%.
Sua atual campanha foi centrada no apelo para evitar que dois
candidatos de direita chegassem
ao segundo turno. Tentando se legitimar como candidata do governador, não chegou a unir o PT.
A esquerda entrou dividida na
disputa com a decisão de Brizola
de concorrer. Garotinho, que
apoiava Benedita, foi vencido pelos brizolistas. O presidente do
PDT saiu candidato contra a vontade de aliados e passou a campanha em confronto com Garotinho
na disputa pelo controle do PDT.
Mesmo sem chance de vencer, o
PSDB decidiu lançar candidato
próprio, o deputado federal Ronaldo Cezar Coelho, com a missão de defender FHC. Coelho, porém, não passou dos 2%.
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