São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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Eleitor escolhe adversário de Conde

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA SUCURSAL DO RIO

O eleitorado carioca vai escolher hoje quem disputará o segundo turno com o prefeito Luiz Paulo Conde (PFL): o ex-prefeito Cesar Maia (PTB) ou a vice-governadora Benedita da Silva (PT).
A campanha ficou centrada na questão da continuidade administrativa. A principal voz destoante foi a do ex-governador Leonel Brizola (PDT), que usou a eleição para criticar o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Anthony Garotinho.
Com boa avaliação, Conde fez uma campanha ressaltando suas realizações e o bom entendimento com o governo estadual e federal. Nas últimas semanas, passou à defensiva por causa de sua lei de apart-hotéis. Aprovada em 1999, ela permite a construção de prédios com apartamentos de 30 m2, o que está estimulando a corrida de construtoras para derrubar antigos casarões e pequenos prédios. A degradação urbana foi o mote para que todos os candidatos de oposição atacassem Conde.
Foi Cesar Maia, em sua gestão na prefeitura (93-96), quem lançou Conde para concorrer à sua sucessão. Os dois viraram desafetos quando ambos decidiram disputar a eleição. Sem espaço no PFL, Maia buscou abrigo no PTB.
Na campanha, os dois disputaram a paternidade de obras e projetos começados no governo de Maia (com Conde como secretário), como o Rio Cidade, o Favela Bairro e a Linha Amarela.
O ex-prefeito procurou abrandar sua postura agressiva na campanha de 1998 e evitou os factóides. Eleito com um discurso de direita em 1992, Maia tenta desfazer essa imagem e voltar à esquerda, onde esteve com o PCB e o PDT.
Embora tenha saído na frente na disputa, Maia veio caindo nas pesquisas desde julho, até embolar com Benedita no último mês.
A petista está agora distante do desempenho que obteve em 1992, quando foi a primeira colocada no primeiro turno, com 32,9% dos votos válidos. Na disputa do segundo turno, perdeu a eleição para Maia, que obteve 51,2%.
Sua atual campanha foi centrada no apelo para evitar que dois candidatos de direita chegassem ao segundo turno. Tentando se legitimar como candidata do governador, não chegou a unir o PT.
A esquerda entrou dividida na disputa com a decisão de Brizola de concorrer. Garotinho, que apoiava Benedita, foi vencido pelos brizolistas. O presidente do PDT saiu candidato contra a vontade de aliados e passou a campanha em confronto com Garotinho na disputa pelo controle do PDT.
Mesmo sem chance de vencer, o PSDB decidiu lançar candidato próprio, o deputado federal Ronaldo Cezar Coelho, com a missão de defender FHC. Coelho, porém, não passou dos 2%.



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