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VITÓRIA
Vellozo de Lucas, que tenta reeleição, afirma que falta "qualidade política" à base de sustentação do presidente
Tucano usa discurso crítico contra governo de FHC
PEDRO DANTAS
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA
Apontado como um dos poucos
tucanos com chances de se eleger
no primeiro turno em uma capital, o prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo de Lucas, 44, tenta passar uma imagem crítica em relação ao governo de seu companheiro de partido, o presidente
Fernando Henrique Cardoso.
"Eu tinha muita esperança no
segundo governo de FHC. Porém
acho que não é preciso ser leniente (brando) com a questão fiscal e
com o gasto público para ter uma
política de desenvolvimento ativo
e fazer política industrial com a
participação do setor produtivo",
diz Lucas, que no último dia de
campanha recebeu a Folha em casa, fumando um charuto baiano.
Funcionário de carreira do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e diretor, no governo de Fernando Collor, do Departamento
de Indústria e Comércio do Ministério da Economia, o prefeito
diz que falta qualidade política na
base de sustentação do governo,
"que fica acossado por interesses
particulares e tem dificuldades
para operar o interesse coletivo".
Na atual eleição, Lucas atribui
ao governador José Ignácio
(PSDB) o pedido de interferência
do diretório regional tucano, que
o obrigou a trocar duas vezes o
candidato a vice. A assessoria do
governador informou que ele não
comentaria o assunto porque havia viajado para o interior.
Apesar dos constantes atritos
com José Ignácio, Lucas afirma
que não sairá do partido e descarta a ida para o PPS.
À exceção da candidata petista,
Iriny Lopes, os adversários de Lucas não exploraram o fato de o
prefeito pertencer ao partido do
presidente. "Isso não me foi cobrado. Porém, não teria dificuldades. Criticaria uma série de coisas,
mas defenderia no atacado", diz.
Os ataques dos adversários se
concentraram em sua ligação
com o senador Paulo Hartung
(PPS-ES), que já contaria com
apoio de Lucas para se candidatar
ao governo do Estado em 2002, e
no fato de a mãe do prefeito, Maria Vellozo de Lucas, ser há nove
anos presidente do TCE (Tribunal
de Contas do Estado). Como não
há um tribunal de contas municipal, é o TCE que aprova as contas
da prefeitura da capital.
"Não estou preocupado com
2002 agora. Sobre minha mãe, estamos dentro da lei e ela é considerada a "dama de ferro" do TCE, e
isso apenas me obriga a ser mais
rigoroso", diz Lucas, que nunca
teve suas contas rejeitadas.
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