DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Uma obra com verbas federais foi um dos principais cabos eleitorais de Kátia Born (PSB), prefeita-candidata que lidera a corrida eleitoral em Maceió e pode até ganhar no primeiro turno.
Trata-se do primeiro viaduto da capital alagoana, que tem 750 mil habitantes. O governo federal liberou R$ 8 milhões. Ela nega a vinculação, mas seus adversários apontam para o fato de a liberação ter saído após o PSDB ter se coligado ao seu partido.
Outro cabo eleitoral constante foi seu padrinho político, o governador Ronaldo Lessa (PSB).
Buracos nas ruas, abandono da periferia, falta de prestação de contas de obras públicas, gastos excessivos em publicidade e investimento de menos de 1% do orçamento o setor da ação social foram as principais críticas feitas a ela pelos opositores.
"Passei a campanha me defendendo de cinco homens. Mas sou uma mulher que não tem medo de briga", afirmou Born.
A sucessão municipal demarcou novos grupos na política alagoana. O ex-aliado de Born, o deputado federal Régis Cavalcante (PPS) se coligou com o PMDB do senador Renan Calheiros.
Paulo Fernandes dos Santos (PT), o Paulão, que pretendia buscar uma aliança com o candidato do PPS no segundo turno, desistiu em decorrência da presença de Calheiros. "Não apóio quem sequestrou a poupança do povo brasileiro", disse.
O candidato do PFL, deputado José Thomas Nonô, passou a campanha dizendo ser o único candidato verdadeiramente de oposição a Born e Lessa. Em sua coligação também figuram personagens do staff de Collor, como os irmãos de Paulo César Farias, que ficaram incógnitos na campanha.
O ex-presidente, aliás, foi uma figura presente no pleito local. Ele disseminou seus aliados em todas as coligações, com exceção da do PT. A estratégia do ex-presidente afastado seria a de manter a possibilidade de se candidatar ao Senado em 2002 por Alagoas.



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