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OUTRO LADO
Ex-secretário diz que dados são 'mentirosos'
DA ENVIADA AO NORTE FLUMINENSE
O ex-secretário de Agricultura do governo Garotinho Cristino Áureo qualificou de "mentirosos" os dados sobre inadimplência do projeto Frutificar apresentados pelo coordenador estadual Ronaldo Salek.
Segundo ele, apenas cinco contratos estariam nessa situação.
Para Áureo, a repactuação
dos prazos de vencimentos não
configura insucesso do projeto
e que isso já havia sido prevista
na implantação do programa.
Segundo ele, o governo do PT
deixou o projeto Frutificar
"acéfalo" por três meses. A
equipe que comandava o programa no governo Garotinho
se afastou em abril e a equipe
atual só foi nomeada em julho.
"Do início de abril ao início
de julho, não havia quem
orientasse os técnicos que iam
para o campo. O governo Benedita abandonou o projeto."
O ex-secretário contestou as
informações dos agricultores
de que os contratos continham
projeção superestimada de
produtividade e previsão de
custos subestimada.
Segundo ele, um estudo feito
com amostragem de cerca de
900 hectares teria apontado
produtividade de maracujá superior a 45 toneladas/hectare.
Ele contestou a afirmação do
atual coordenador de que o
projeto só teria gerado 2.000
empregos, em vez dos 18 mil
anunciados no site de campanha de Garotinho. Segundo ele,
os 18 mil referem-se a "oportunidades de trabalho", que incluem trabalhos eventuais.
Áureo disse que na implantação dos projetos trabalham, em
média, seis pessoas por hectare. Para ele, o total de hectares
plantados aproxima-se de
3.000, em vez dos 2.160 informados pela coordenação atual.
Ele contesta também a queixa
dos agricultores sobre a proliferação de pragas nas plantações e sobre a falta de inspeção
das mudas. Disse que as doenças que atacam as plantações
de maracujá sempre estiveram
presentes na região, onde o
plantio da fruta é tradicional.
Salek afirmou que um levantamento do governo Garotinho
teria indicado a presença de
pragas e doenças em apenas
25% dos plantios. Segundo o
ex-secretário, se houve aumento dessa proporção foi no governo do PT.
"Se eles não tomaram conta,
se não prestaram assistência
técnica, não vou responder pela má condução do projeto",
disse. O ex-secretário minimizou as mudanças que a administração do PT fez no projeto.
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