São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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OUTRO LADO

Ex-secretário diz que dados são 'mentirosos'

DA ENVIADA AO NORTE FLUMINENSE

O ex-secretário de Agricultura do governo Garotinho Cristino Áureo qualificou de "mentirosos" os dados sobre inadimplência do projeto Frutificar apresentados pelo coordenador estadual Ronaldo Salek. Segundo ele, apenas cinco contratos estariam nessa situação.
Para Áureo, a repactuação dos prazos de vencimentos não configura insucesso do projeto e que isso já havia sido prevista na implantação do programa.
Segundo ele, o governo do PT deixou o projeto Frutificar "acéfalo" por três meses. A equipe que comandava o programa no governo Garotinho se afastou em abril e a equipe atual só foi nomeada em julho.
"Do início de abril ao início de julho, não havia quem orientasse os técnicos que iam para o campo. O governo Benedita abandonou o projeto."
O ex-secretário contestou as informações dos agricultores de que os contratos continham projeção superestimada de produtividade e previsão de custos subestimada.
Segundo ele, um estudo feito com amostragem de cerca de 900 hectares teria apontado produtividade de maracujá superior a 45 toneladas/hectare.
Ele contestou a afirmação do atual coordenador de que o projeto só teria gerado 2.000 empregos, em vez dos 18 mil anunciados no site de campanha de Garotinho. Segundo ele, os 18 mil referem-se a "oportunidades de trabalho", que incluem trabalhos eventuais.
Áureo disse que na implantação dos projetos trabalham, em média, seis pessoas por hectare. Para ele, o total de hectares plantados aproxima-se de 3.000, em vez dos 2.160 informados pela coordenação atual.
Ele contesta também a queixa dos agricultores sobre a proliferação de pragas nas plantações e sobre a falta de inspeção das mudas. Disse que as doenças que atacam as plantações de maracujá sempre estiveram presentes na região, onde o plantio da fruta é tradicional.
Salek afirmou que um levantamento do governo Garotinho teria indicado a presença de pragas e doenças em apenas 25% dos plantios. Segundo o ex-secretário, se houve aumento dessa proporção foi no governo do PT.
"Se eles não tomaram conta, se não prestaram assistência técnica, não vou responder pela má condução do projeto", disse. O ex-secretário minimizou as mudanças que a administração do PT fez no projeto.



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