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OUTRO LADO
Lula não dará entrevista e petistas não comentam caso, diz assessoria
DO PAINEL
DA REPORTAGEM LOCAL
A assessoria de imprensa do
candidato do PT à Presidência,
Luiz Inácio Lula da Silva, informou que ele não falará sobre as
doações da campanha eleitoral de
1998 nem dará nenhuma outra
entrevista à imprensa até o próximo domingo, dia das eleições.
A assessoria foi informada de
que um dos doadores citados nos
documentos entregues por Lula
ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1998 não havia reconhecido como sendo sua uma doação.
O assessor Ricardo Kotscho recomendou que o jornal procurasse a tesoureira da última campanha, Clara Ant. Ele disse que não
poderia entrar em contato com
ela porque estava de viagem para
Florianópolis (SC), onde Lula faria um comício.
Clara foi procurada no comitê
de Lula, em São Paulo, onde trabalha na equipe de programa de
governo, mas não foi encontrada.
Recados foram deixados com a
sua assessoria, que informou que
ela estava muito ocupada no fechamento de cadernos temáticos.
O presidente nacional do PT,
José Dirceu, informou laconicamente, por meio de sua assessoria, que as contas da sua campanha de 1998 foram "aprovadas"
pela Justiça Eleitoral.
Mesmo informado de que um
dos doadores não reconhecia como sendo sua uma doação, o deputado, candidato à reeleição, se
recusou a receber a Folha. Também não indicou ninguém do
partido ou de sua campanha que
pudesse falar sobre os doadores
de campanha de 98.
O coordenador de finanças daquela campanha, Luiz Antunes
Horta, hoje ocupando a direção
do Departamento de Obras da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), na gestão Marta
Suplicy (PT), foi procurado na
sexta e ontem, mas não quis falar
com a reportagem.
Ênio Francisco Tatto, candidato
a deputado estadual e irmão do
deputado estadual licenciado e secretário de Marta, Jilmar Tatto
(PT), co-assina a prestação de
contas de Dirceu. Localizado na
manhã da última quinta, ele disse
que não haveria problema algum
em dar as explicações sobre o
doador. Disse que só precisava
desarquivar os documentos daquela campanha.
Horas depois, Tatto demonstrou outra disposição. Disse que
estava "em campanha" e que "a
pessoa mais adequada" para explicar o assunto é "o próprio candidato, José Dirceu". Tatto também se recusou a receber a Folha.
"Essas informações têm tudo no TRE, não tem? Então por que eu
devo dar essas informações?", perguntou Tatto. Informado novamente de que um dos doadores oficiais não reconhecia sua doação, Ênio disse que "tudo está no
TRE. Qualquer problema, está registrado no TRE, assinado".
Tatto disse não "se lembrar" se
conhecia o contador José Carlos
Barreira, segundo maior doador
da campanha de José Dirceu em
98. "Isso não vem ao caso."
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