São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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OUTRO LADO

Lula não dará entrevista e petistas não comentam caso, diz assessoria

DO PAINEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria de imprensa do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, informou que ele não falará sobre as doações da campanha eleitoral de 1998 nem dará nenhuma outra entrevista à imprensa até o próximo domingo, dia das eleições.
A assessoria foi informada de que um dos doadores citados nos documentos entregues por Lula ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1998 não havia reconhecido como sendo sua uma doação.
O assessor Ricardo Kotscho recomendou que o jornal procurasse a tesoureira da última campanha, Clara Ant. Ele disse que não poderia entrar em contato com ela porque estava de viagem para Florianópolis (SC), onde Lula faria um comício.
Clara foi procurada no comitê de Lula, em São Paulo, onde trabalha na equipe de programa de governo, mas não foi encontrada. Recados foram deixados com a sua assessoria, que informou que ela estava muito ocupada no fechamento de cadernos temáticos.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, informou laconicamente, por meio de sua assessoria, que as contas da sua campanha de 1998 foram "aprovadas" pela Justiça Eleitoral.
Mesmo informado de que um dos doadores não reconhecia como sendo sua uma doação, o deputado, candidato à reeleição, se recusou a receber a Folha. Também não indicou ninguém do partido ou de sua campanha que pudesse falar sobre os doadores de campanha de 98.
O coordenador de finanças daquela campanha, Luiz Antunes Horta, hoje ocupando a direção do Departamento de Obras da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), na gestão Marta Suplicy (PT), foi procurado na sexta e ontem, mas não quis falar com a reportagem.
Ênio Francisco Tatto, candidato a deputado estadual e irmão do deputado estadual licenciado e secretário de Marta, Jilmar Tatto (PT), co-assina a prestação de contas de Dirceu. Localizado na manhã da última quinta, ele disse que não haveria problema algum em dar as explicações sobre o doador. Disse que só precisava desarquivar os documentos daquela campanha.
Horas depois, Tatto demonstrou outra disposição. Disse que estava "em campanha" e que "a pessoa mais adequada" para explicar o assunto é "o próprio candidato, José Dirceu". Tatto também se recusou a receber a Folha.
"Essas informações têm tudo no TRE, não tem? Então por que eu devo dar essas informações?", perguntou Tatto. Informado novamente de que um dos doadores oficiais não reconhecia sua doação, Ênio disse que "tudo está no TRE. Qualquer problema, está registrado no TRE, assinado".
Tatto disse não "se lembrar" se conhecia o contador José Carlos Barreira, segundo maior doador da campanha de José Dirceu em 98. "Isso não vem ao caso."


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