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Crespo afirma que doou como pessoa física
DO PAINEL
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Santiago
Crespo enviou ontem um
fax ao presidente nacional
do PT, José Dirceu, com cópia para a Folha, narrando o
teor da entrevista que concedeu ao jornal. O empresário
disse que colaborou "como
pessoa física na forma da lei"
para a campanha de Dirceu
(com R$ 15 mil) e para a de
Lula (R$ 5.000). Leia trechos:
Folha - O sr. foi procurado
pelo PT para fazer a doação?
Santiago Crespo - Tenho
um amigo do partido.
Folha - Quem é esse amigo?
Crespo - Um amigo que tenho em conjunto. Fui a um
jantar do deputado e me pediram para fazer [a doação".
Folha - Por que não deu um
cheque de sua empresa?
Crespo - O cheque é meu.
Folha - Como?
Crespo - Como pessoa física, não como jurídica.
Folha - Por que não aparece
seu nome, e sim o de seu contador, se a doação foi de pessoa física?
Crespo - É isso que estou falando. Dei um cheque de
uma conta que tenho com o
[contador" Barreira.
Folha - Essa conta era usada
para outras despesas?
Crespo - Usava para conta
de representação.
Folha - O sr. não vê nenhum
problema em seu nome não
aparecer na lista de doação?
Crespo - Não. Tenho os recibos do partido.
Folha - O sr. já fez doações
para outras campanhas?
Crespo - De pessoa física,
não.
Folha - Foi a primeira vez?
CRESPO - É.
Folha - O sr. fez em nome de
qual empresa, nas outras
campanhas?
Crespo - Não, eu... Foi a
única vez que fiz para o deputado.
Folha - Onde conheceu José
Dirceu?
Crespo - No partido.
Folha - Como?
Crespo - Num jantar para
ele, em 98, no início do ano.
Folha - Hoje o sr. se comunica com ele?
Crespo - Não. Não falo.
Folha - Onde foram feitas as
doações? E a quem?
Crespo - Ao partido. A
quem, não me lembro.
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