FLÁVIA SANCHES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, está desde o último domingo em Washington (EUA), onde participa de reuniões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministério não quis informar por que Bier foi à capital dos EUA negociar a duas semanas da chegada da equipe do FMI ao Brasil.
A assessoria do ministério informou que Bier foi sozinho e não teria data definida para voltar ao Brasil, pois assume hoje, na mesma cidade, como diretor-executivo do Bird (Banco Mundial). Bier ficará no Banco Mundial por dois anos. A exoneração "a pedido" do secretário foi publicada ontem no "Diário Oficial" da União.
Bier, que era o coordenador pelo governo das negociações com o Fundo, chegou a afirmar que mesmo indo para o Bird deveria participar da transição de governo. Esse também era o plano de Pedro Malan, ministro da Fazenda, que gostaria que o secretário participasse informalmente do ministério até dezembro.
Mas, de acordo com a assessoria de Malan, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional mandou parecer desfavorável, o que levou Bier a pedir a exoneração.
Isso porém não quer dizer que Bier ficará longe das reuniões do Brasil com o Fundo. Malan planeja convocá-lo, sempre que necessário, para assessorar a equipe econômica brasileira nas conversas com os americanos. O argumento é que ele é o representante do Brasil no Bird, assim como Murilo Portugal é o representante do país no FMI.
Os próximos encontros no Brasil se iniciam por volta do dia 10 deste mês, quando começa a primeira revisão do acordo, e, se tudo for aprovado, permitirá o Brasil sacar US$ 3 bilhões em dezembro. A segunda revisão do acordo está marcada para fevereiro.
Ontem, foi publicada a exoneração do secretário de Política Econômica, José Guilherme Reis, que vai para a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Quem assume a secretaria é Arno Meyer, um dos adjuntos de Reis.


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