|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELECOMUNICAÇÕES
Anatel divulgará diretrizes para renovação dos contratos de concessão das grandes teles até 31 de dezembro
Petista defende "tarifa acessível" de telefone
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
O deputado federal Jorge Bittar,
que coordenou o programa de
governo do PT para a área de infra-estrutura, defendeu ontem a
mudança do sistema de reajuste
das tarifas telefônicas.
"Queremos empresas robustas,
mas também tarifas acessíveis à
população de menor renda", afirmou. A existência de 10 milhões
de linhas telefônicas ociosas nas
companhias telefônicas, que estão
instaladas e fora de uso, e o alto
nível de inadimplência dos assinantes de baixa renda mostra, segundo Bittar, que é preciso adequar as tarifas ao poder aquisitivo
da população.
Segundo dados da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), 25% da classe C, 80%
da classe D e 95% da classe E continuam sem telefone fixo em casa.
O acesso dessas camadas ao serviço telefônico tem sido feito pelos
celulares pré-pagos, usados principalmente para receber ligações.
Bittar disse que o PT ainda não
tem uma proposta definida de
mudança, mas que há várias alternativas para tornar o serviço mais
acessível. Uma das opções é criar
um "subsídio cruzado" nas tarifas
-os grandes consumidores financiariam parte do custo do serviço para os de menor renda.
Novos contratos
A discussão sobre a mudança
do sistema tarifário terá de ser iniciada já, pois a Anatel divulgará as
diretrizes para a renovação dos
contratos de concessão das quatro grandes teles (Embratel, Telefônica, Telemar e Brasil Telecom)
até o dia 31 de dezembro.
Os novos contratos -com prazo de 20 anos- serão assinados
em junho do ano que vem, para
vigorar a partir de junho de 2005.
As empresas alegam que a mudança no sistema de reajuste romperia o equilíbrio econômico dos
contratos de concessão.
Para Bittar, é possível rediscutir
o sistema tarifário e, ao mesmo
tempo, preservar o equilíbrio econômico dos contratos.
O deputado considera pouco
provável que o futuro governo venha a usar recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) para
subsidiar a conta telefônica das
famílias de baixa renda. Segundo
ele, ao menos no primeiro ano de
governo, o Fust continuará sendo
usado para sustentar o superávit
primário das contas públicas.
Para o petista, o modelo de telecomunicações estabelecido no
governo FHC teve êxito "inquestionável" no aumento da oferta de
serviços, mas precisa de "ajustes".
Um dos problemas levantados
foi a separação das empresas de
telefonia local e de longa distância. O serviço de longa distância,
sozinho, se mostrou insustentável, o que gerou a crise da Embratel e Intelig.
O Ministério das Comunicações, que foi esvaziado com a criação da Anatel em 1997, voltará a
ter papel forte no governo do PT.
"O ministério terá papel pró-ativo
na definição da política industrial", afirmou Bittar.
Ele defendeu a realização de
concurso público para o preenchimento do quadro de pessoal
da Anatel, que terá de dispensar
150 de seus 1.420 funcionários
(parte contratada em regime temporária e parte remanescente da
extinta Telebrás) no ano que vem.
Bittar disse que o governo vai
respeitar os mandatos dos conselheiros das agências reguladoras,
mas que o presidente da República tem prerrogativa de escolher os
presidentes entre os conselheiros
aprovados pelo Senado.
A jornalista ELVIRA LOBATO viajou a
Florianópolis a convite do Futurecom
Texto Anterior: Requião critica comando do PMDB e defende uma aliança com o PT Próximo Texto: Ação do PT pode gerar problema para Lula Índice
|