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CHOQUE ENTRE PODERES
Sarney também estaria decidido a não ir à reunião no STF
Lula deve recusar convite de Corrêa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e o senador José Sarney
(PMDB-AP), presidente do Senado, decidiram não aceitar o convite do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício
Corrêa, para discutirem as reformas do Poder Judiciário em uma
reunião no gabinete do ministro.
Corrêa enviou um convite, na
terça-feira, convidando o presidente para uma reunião em que
os três Poderes discutiriam mudanças nos códigos de Processo
Penal e Civil.
A decisão de não ir à reunião foi
comunicada por Lula e Sarney em
conversa informal com senadores
e bispos durante jantar anteontem, na residência oficial da Presidência do Senado, oferecido à cúpula da Igreja Católica.
Segundo pessoas que estavam
presentes, um bispo perguntou se
eles iriam à reunião. Lula e Sarney
teriam dito, no jantar, que uma
reunião dos chefes dos três Poderes para discutir o assunto não
tem procedência e que o fórum
adequado é o Congresso.
Ontem, três dias depois de mandar convite ao presidente Lula, o
presidente do STF disse que ainda
aguardava uma resposta do Palácio do Planalto. "Eu fiz um convite, que ainda não foi respondido.
Provavelmente ele está examinando. Espero que aceite e que
possamos iniciar um grande diálogo pela construção de um sistema legal que atenda aos anseios
da sociedade", declarou Corrêa.
"Continuo dizendo que espero
que ele aceite. Ele será muito bem
recebido. Não haverá nenhum
desconforto se Sua Excelência resolver aparecer aqui, como nós
esperamos."
O ministro disse que "agora é a
vez" de Lula aceitar o convite formulado pelo STF. "Eu atendi a
convites do presidente da República. Fui ao Planalto, à parada de
Sete de Setembro e à abertura do
foro de discussão sobre reforma
trabalhista. Agora acho que é a
vez de ele vir aqui."
As relações entre eles estão abaladas desde que o ministro, ao tomar posse na presidência do STF,
há cinco meses, conclamou os juízes a uma mobilização contra a
reforma do Judiciário. Lula, que
estava presente mas não podia
discursar, havia feito anteriormente referência à "caixa-preta"
do Judiciário.
Corrêa sugeriu um encontro às
10h do dia 11 de novembro, mas
pediu que Lula indicasse outra
data se fosse conveniente. O convite foi extensivo aos presidentes
da Câmara, João Paulo Cunha
(PT-SP), e do Senado.
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