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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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CHOQUE ENTRE PODERES

Sarney também estaria decidido a não ir à reunião no STF

Lula deve recusar convite de Corrêa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, decidiram não aceitar o convite do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, para discutirem as reformas do Poder Judiciário em uma reunião no gabinete do ministro.
Corrêa enviou um convite, na terça-feira, convidando o presidente para uma reunião em que os três Poderes discutiriam mudanças nos códigos de Processo Penal e Civil.
A decisão de não ir à reunião foi comunicada por Lula e Sarney em conversa informal com senadores e bispos durante jantar anteontem, na residência oficial da Presidência do Senado, oferecido à cúpula da Igreja Católica.
Segundo pessoas que estavam presentes, um bispo perguntou se eles iriam à reunião. Lula e Sarney teriam dito, no jantar, que uma reunião dos chefes dos três Poderes para discutir o assunto não tem procedência e que o fórum adequado é o Congresso.
Ontem, três dias depois de mandar convite ao presidente Lula, o presidente do STF disse que ainda aguardava uma resposta do Palácio do Planalto. "Eu fiz um convite, que ainda não foi respondido. Provavelmente ele está examinando. Espero que aceite e que possamos iniciar um grande diálogo pela construção de um sistema legal que atenda aos anseios da sociedade", declarou Corrêa.
"Continuo dizendo que espero que ele aceite. Ele será muito bem recebido. Não haverá nenhum desconforto se Sua Excelência resolver aparecer aqui, como nós esperamos."
O ministro disse que "agora é a vez" de Lula aceitar o convite formulado pelo STF. "Eu atendi a convites do presidente da República. Fui ao Planalto, à parada de Sete de Setembro e à abertura do foro de discussão sobre reforma trabalhista. Agora acho que é a vez de ele vir aqui."
As relações entre eles estão abaladas desde que o ministro, ao tomar posse na presidência do STF, há cinco meses, conclamou os juízes a uma mobilização contra a reforma do Judiciário. Lula, que estava presente mas não podia discursar, havia feito anteriormente referência à "caixa-preta" do Judiciário.
Corrêa sugeriu um encontro às 10h do dia 11 de novembro, mas pediu que Lula indicasse outra data se fosse conveniente. O convite foi extensivo aos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado.


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