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Aécio monta agenda pós-eleitoral
para cobrar ações do presidente
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), estabeleceu
uma espécie de agenda pós-eleitoral para ser levada nos próximos dias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a qual vai
reivindicar ações emergenciais.
Argumenta ele que são assuntos
que não podem mais ficar esperando, sob pena de problemas sociais se agravarem, os Estados
continuarem perdendo receitas e
a economia ser afetada por falta
de investimento. A reunião foi
acertada, mas ainda sem data.
Na pauta estão quatro temas: segurança pública, rodovias, regulamentação do ICMS e as PPPs
(Parcerias Público-Privadas).
Violência e guerra fiscal
No caso da segurança, Aécio faz
sistemáticas críticas ao governo
pela falta ou irregularidade nos
repasses de recursos do Fundo
Nacional de Segurança e do Fundo Penitenciário. Propõe que sejam regulamentados os recursos,
para que sejam transferidos por
duodécimos (12 parcelas mensais) a partir de 2005, como acontece com as transferências nas
áreas da saúde e educação.
"O que ocorre é que esses recursos se somam a outros e vão construir o superávit primário", criticou Aécio, acrescentando que os
atrasos comprometem os planos
de combate à violência.
Outra questão é a guerra fiscal
entre os Estados, que acarreta
perda de receitas por conta dos
incentivos fiscais que são dados
para empresas se instalarem ou
mudarem de Estado.
Diante disso, ele defende a continuidade da reforma tributária,
cuja primeira parte foi aprovada
em 2003 pelo Congresso. "É fundamental que nós retomemos as
discussões no Congresso para a
votação de uma nova legislação
do ICMS (o principal imposto estadual), porque ela, sim, por si só,
impede esses benefícios excessivos e, de alguma forma, regulamenta a relação entre Estados."
Rodovias e PPPs
Aécio vai propor ainda que Minas assuma a responsabilidade
pelas estradas federais que cortam o Estado (10,2 mil quilômetros), recebendo 50% do repasse
da Cide, a contribuição sobre
combustíveis -atualmente, 25%
vão para Estados e municípios
cuidarem das rodovias estaduais.
Seria uma espécie de programa-piloto, que, se der bons resultados, poderia, segundo ele, ser feito
com todos os Estados, ficando o
governo federal, por meio do Dnit
(Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), desobrigado dessa tarefa.
Para ele, trata-se de uma proposta que atenderia "ao próprio
interesse do governo federal". A
origem do surgimento da proposta também é a falta de recursos
para investimento nas estradas.
As PPPs compõem o quarto
item da agenda. Defensor das parcerias, Aécio acha que a questão
precisa ser agilizada com a revisão
dos pontos polêmicos do projeto,
que parou no Senado. A proposta
dele vai na linha do que defende o
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que critica o projeto alegando que ele fere as leis de Responsabilidade Fiscal e de Licitações.
Aécio acredita que é possível o
governo rever o mérito dos pontos contestados pela oposição no
Congresso, de forma que a lei seja
aprovada logo.
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