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Um lote em São Paulo equivale a 31 no Piauí
DA AGÊNCIA FOLHA
Os R$ 99.415 que o Incra desembolsa em média para levar à
terra uma única família em São
Paulo é suficiente para desapropriar 31 lotes de terra no Piauí, a
um custo de R$ 3.129 por família.
A mesma verba -que inclui
apenas o pagamento da desapropriação da área, sem créditos e investimentos em infra-estrutura-
poderia assentar dez famílias em
Pernambuco (R$ 9.429 por lote),
campeão no ranking de acampados, com 22,1 mil famílias.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário, mesmo ciente do
alto custo da terras nas regiões Sul
e Sudeste, por enquanto não admite a migração de trabalhadores
rurais sem terra para a região
Norte, o que baratearia os custos
das desapropriações.
Em contrapartida, a pasta quer
oferecer de uma só vez toda a infra-estrutura aos assentados e, em
seguida, cobrar deles tudo o que
foi investido na compra da terra e
na implantação do projeto.
"Não vejo ainda a necessidade
da migração de famílias de uma
região para outra. Acho que é possível [assentá-las no Estado em
que estão acampadas] desde que a
família se comprometa a pagar o
que nela foi investido", afirmou
Marcelo Afonso da Silva, assessor
especial da Secretaria Nacional de
Desenvolvimento Agrário.
Segundo ele, o governo quer
oferecer de uma só vez ao novo
assentado, assim que chega à terra, todos os direitos, como luz,
água, esgoto, estradas e créditos.
Para ser assentado numa área
de alto valor, explica o assessor, o
assentado terá de apresentar uma
renda por hectare que seja compatível ao investimento e, a partir
do recebimento da titulação da
terra, cerca de cinco anos após
chegar ao lote, teria então três
anos de carência e outros 17 para
ressarcir o governo do valor investido.
(EDS)
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