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Imigração aproxima culturas libanesa e brasileira
DA REDAÇÃO
O Líbano, segunda escala da
viagem do presidente do Luiz Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio, tem uma relação especial
com o Brasil, muito mais no campo cultural do que no econômico.
A ligação entre libaneses e brasileiros, e em menor intensidade
entre sírios e brasileiros, se deve à
imigração. O Líbano tem pouco
mais de 3,7 milhões de habitantes.
No Brasil, estima-se em cerca de 7
milhões de brasileiros com alguma origem libanesa.
Nas ruas de Beirute, o presidente verá jovens libanesas andando
com roupas muito parecidas com
as que se usam nos shoppings
brasileiros. À beira-mar, com
montanhas, ao fundo, a cidade
lembra cidades litorâneas do Brasil, com prédios construídos nos
anos 60 ao lado de sorveterias e
restaurantes de frente para o mar.
O centro da cidade, destruído
na Guerra Civil (1975-90), foi reconstruído e voltou a ser o principal pólo de atração de Beirute,
que, apesar de ainda não ter recuperado o glamour do período anterior ao conflito, quando era chamada de Paris do Oriente Médio,
resgatou parte de sua beleza.
Nos restaurantes, são servidos
pratos comuns aos brasileiros, como kibe, esfiha, kafta e o mezze
árabe, com coalhada e homos.
O Líbano, ao contrário dos outros países árabes, não pode ser
considerado muçulmano. O país
é dividido entre cristãos (40%) e
muçulmanos (60%). E entre essas
religiões há também divisões:
cristãos maronitas, cristãos-ortodoxos, católicos, muçulmanos sunitas, xiitas e drusos.
O presidente do Líbano tem de
ser necessariamente um cristão
maronita. O premiê deve ser sunita e o presidente do Parlamento
xiita. Por esse motivo, Lula se reunirá com cada um deles.
O principal foco de tensão do
Líbano é o sul, desocupado por Israel em 2000 e hoje com forte presença do grupo extremista Hizbollah. Há constantes choques na
fronteira com Israel. No Líbano, o
Hizbollah, considerado terrorista
pelos EUA, é um partido político e
realiza ações sociais. É visto como
uma resistência a Israel.
(GC)
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