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DENTRO DO PLANALTO
Nunca um presidente foi mais feliz
DANUZA LEÃO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
"Não foi o PT que ganhou: foi
Lula." O ex-governador Leonel
Brizola, autor da observação, talvez tenha razão: nunca um presidente foi mais endeusado e adorado pelo povo no dia da posse
como Lula - e nem mais feliz.
O dia foi de glórias, e tudo deu
certo. Os convidados acompanharam o discurso no Congresso
com direito a palmas, e no final
cantaram o Hino Nacional de pé,
com fervor. Nessa hora um jornalista lembrou que há uns 12 ou 15
anos os jornais não publicavam
notícias sobre a fome, e só alguns
menos comprometidos, digamos
assim, com o empresariado, tinham a audácia de estampar artigos de Betinho. Pois ontem os
empresários aplaudiam em delírio a cada vez que o novo presidente falava em acabar com a fome; como o mundo muda, não?
No Planalto, os amigos mais
chegados tiveram um local especial para ficar, separados por uma
cordinha. Dentro desse cercadinho, uma geléia total e geral. Benjamin Steinbruch cruzava com
Beth Carvalho, de blusa estampada em cores gritantes, Maria da
Conceição Tavares tropeçava
num Djavan cheio de trancinhas,
e quando Lucélia Santos apareceu, alguém (mulher, é claro) fez a
maldade. "Mas o tempo não passa
para Lucélia?" A do lado aproveitou e botou fogo: "Tem quanto
tempo mesmo, Escrava Isaura?"
Algumas mulheres usaram vestidos longos e decotes vertiginosos. Mas Eleonora Mendes Caldeira, que sabe das coisas, estava
elegantérrima, de tailleur coral.
Reparem a sutileza: o vermelho
estava reservado para Marisa Letícia; uma questão de delicadeza.
Vera Loyola chegou ostentando o
marido e uma bolsinha com a
bandeira do Brasil, e a mulher
mais bonita da festa da posse era
Letícia Sabatella, um verdadeiro
luxo de beleza. Quem também arrasou, no seu estilo, foi Esther
Grossi, com cabelos combinando
com o vestido, tudo verde e amarelo; isso é que é patriotismo.
Aí chegaram as vedetes do dia, e
foi um verdadeiro de-lí-rio. Ruth
Cardoso de saia cor de ameixa e
blazer amarelo caprichou e usou
tudo a que tinha direito: colar,
brincos, broche e ainda fez uma
bela de uma escova. Marisa Letícia de vermelho esvoaçante de
Walter Rodrigues, saia no comprimento certo e risonha como
pode ser uma mulher feliz. Os
ares de Brasília fizeram bem aos
cabelos da nova primeira-dama,
que estavam mais soltos e menos
arrumadinhos. FHC olhava, com
um ar de quem quer guardar na
memória, as paredes e o teto do
Planalto -ele sabe que finais são
sempre difíceis. E Lula, que tem
duas covinhas no rosto, ontem
parecia que tinha quatro; quatro
não, oito. Eram sorrisos para cá,
beijinhos para lá, abracinhos acolá, num clima daqueles que só
costumam acontecer de quatro
em quatro anos -para alguns.
Na hora da apresentação dos
ministros, os mais aplaudidos foram Cristovam Buarque e Marina
Silva, ela chiquérrima, como sempre. Se não fosse senadora e agora
ministra, Marina poderia ser top
model de sucesso internacional.
O discurso de Lula no Parlatório
tocou o coração de todas as mulheres; não é qualquer uma que
tem um marido que lhe faça declarações de amor em público.
E só para lembrar: não choveu.
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