São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2007

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Pela Coca-Cola, ministros vestem vermelho e branco no Réveillon

Multinacional reúne 150 convidados em uma casa de Brasília, entre eles Paulo Bernardo, que foi de vermelho

Empresa distribui garrafas confeccionadas para a posse com a imagem do Palácio do Planalto e uma inscrição com o nome do presidente


Alan Marques/Folha Imagem
Garrafa feita especialmente para comemorar a posse de Lula


CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Nelson Machado (Previdência) vestiram vermelho na noite de Réveillon que antecedeu a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Longe de ser mais uma prova de devoção à bandeira petista, a opção atendeu à recomendação da anfitriã: a Coca-Cola.
"Pediram que usássemos branco ou vermelho (cores da Coca-Cola). Como não tinha branco, vesti vermelho. A simbologia aí não é comunista, socialista. É a Coca-Cola mesmo", brincou Paulo Bernardo, que, a exemplo de Machado, usava uma camisa pólo vermelha.
Numa ampla casa no Lago Sul -que serve de escritório regional da multinacional-, a empresa ofereceu uma festa para 150 convidados. O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, e a mulher, Sheila, evoluíram na pista de dança com vista para o lago Paranoá.
O chefe do cerimonial da Presidência, Paulo Cesar de Oliveira Campos, também era um dos mais assíduos na pista. Segundo o vice-presidente de Assuntos Governamentais da Coca-Cola no Brasil, Jack Corrêa, Poc -como é conhecido-, avisou que ocuparia uma mesa com assessores do palácio.
De sandálias, num leve vestido branco, a assessora especial da Presidência Clara Ant também dançou animadamente embalada por clássicos da disco dance. Não chegou a tempo de assistir ao espetáculo do líder do PTB na Câmara, José Múcio Monteiro (PE), ao palco.
Além dos garçons, dois bares, onde repousavam baldes com garrafas de cervejas e champanhe Chandon, foram instalados. Um deles, num píer, à beira do Paranoá. A empresa ofereceu serviço de manobrista.
Jack Corrêa não quis revelar o custo da festa. "Um show do Jota Quest custa R$ 150 por pessoa. O nosso foi menor", limitou-se a afirmar, situando as despesas da noite em cerca de R$ 20 mil.

Cascata de camarões
Na casa, decorada em vermelho e branco, foram montadas três mesas. Uma delas de iguarias para alimentar a superstição da virada do ano, como pipoca, romã e sal grosso. Ao lado de um palco, a mesa de jantar, onde, além de outros pratos, se destacava uma cascata de camarões. Numa sala vizinha, a de sobremesas.
Como brinde, a empresa distribuiu bolsas térmicas com garrafas de Coca-Cola confeccionadas para a posse. Nelas, uma imagem do Palácio do Planalto e a inscrição "Posse Presidencial - República Federativa do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, 2007-2010".
Corrêa diz que solicitou o mimo à Coca-Cola, após saber que fizeram o mesmo na reeleição de George W. Bush. Foram produzidas 5.000 garrafinhas de 237 ml, 3.000 delas enviadas ao Palácio do Planalto.
Após a contagem regressiva, os convidados assistiram a uma queima de fogos ao som da música "Imagine", de John Lennon. E, à mesa ocupada por ministros, Walfrido abriu uma garrafa de Moët & Chandon Brut Imperial decorada com cristais Svarowski.
Outro grupo de petistas, como o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, e o chefe-de-gabinete Gilberto Carvalho foram a um jantar para 33 convidados na Embaixada da Itália. Já o chefe deles, Lula, ficou com familiares na Granja do Torto.


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