São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2007

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Aécio manda recado a presidente ao cobrar novo pacto federativo

Governador reeleito de Minas reclama maior autonomia de Estados e municípios em relação ao governo federal

Tucano afirma que todo governador de Minas é "pré-candidato" natural à Presidência, mas nega que esse seja seu projeto hoje


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Reempossado ontem para mais um mandato à frente do governo de Minas Gerais, o governador Aécio Neves (PSDB), 46, ao discursar na Assembléia Legislativa, mandou um recado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao dizer que não haverá "crescimento econômico verdadeiro" e a "almejada justiça social" sem a refundação do pacto federativo com maior distribuição de recursos aos Estados. Segundo ele, os Estados e municípios devem ter mais autonomia política, financeira e administrativa.
O tucano mineiro pregou o comportamento ético. E, ao fim de sua posse, Aécio, um dos presidenciáveis do PSDB, determinou que os portões do Palácio da Liberdade fossem abertos ao público.
Sobre a sucessão de 2010, disse que as especulações são naturais porque é em Minas "onde está a essência da política nacional". "O ocupante do cargo de governador do Estado é naturalmente pré-candidato, independentemente de quem seja." No entanto, Aécio negou ter projeto de disputar a presidência. "Ninguém se projeta candidato, pelo menos se quiser ganhar as eleições. Tenho hoje muito o que fazer, com enorme alegria, com muita disposição. E o resto vamos deixar que o destino resolve", afirmou.
O tucano disse que será sempre "solidário" no enfrentamento dos problemas do país, especialmente na área social, mas, sendo oposição, cobrará responsabilidades.
Ao insistir na revisão do pacto federativo, afirmou: "Não haverá crescimento verdadeiro, não haverá desenvolvimento consolidado, não haverá democracia plena enquanto não refundarmos a federação e os princípios norteadores da República brasileira".
E acrescentou: "Não alcançaremos a justiça social que todos almejamos enquanto não tivermos a coragem de desconcentrar recursos, enquanto não houver autonomia administrativa para Estados e municípios e justiça tributária".
No início da noite, já no pronunciamento feito da sacada do Palácio da Liberdade, lembrou seu avô Tancredo Neves, que disse que "o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade", e prometeu trabalhar pelo desenvolvimento econômico e social do Estado.


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