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Deputados e senadores que nos últimos anos tiveram papel de destaque, como Kandir, Genoino e Benito Gama, deixam o Parlamento
Renovação de 47% tira estrelas do Congresso
RAYMUNDO COSTA
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A renovação média de 47,5 % do
Congresso tirou do centro da cena política deputados e senadores
que nos últimos anos serviram de
referência para as decisões do Legislativo. Do PT ao PFL, todos os
partidos perderam. Por outro lado, elegeram-se alguns nomes já
testados e outros que podem vir a
formar a elite do Congresso.
O PSDB, por exemplo, além do
ex-senador José Serra (SP), derrotado na eleição presidencial de
2002, perde o deputado Antônio
Kandir (SP), um nome influente
em todas as discussões sobre assuntos tributários.
Mas ganha o ex-governador
Tasso Jereissati (CE) no Senado e
a juíza Denise Frossard (RJ) na
Câmara, que deve ter voz ativa em
assuntos de segurança e de Justiça. Tasso disputará com Serra o
controle do PSDB, associado ao
governador de Minas Gerais, Aécio Neves, outro tucano de peso
que deixa o Legislativo.
O PT deixa de contar com José
Genoino (SP), Nilmário Miranda
(MG), Jaques Wagner (BA), Waldir Pires (BA) e Jair Meneguelli
(SP), protagonistas centrais das
discussões regimentais, trabalhistas e de direitos humanos.
No caso específico da Câmara, o
PT perde Paulo Paim (RS) e Aloizio Mercadante (SP), eleitos senadores, e José Dirceu (SP), que foi
para o governo. O esvaziamento
foi tanto que a legenda não conseguiu achar um nome com a tradição de Dirceu para presidir a Câmara. A aposta petista está em nomes como Vicente Paulo da Silva,
o Vicentinho (SP), Paulo Bernardo (PR) e Sigmaringa Seixas (DF).
O PFL é um dos partidos que
mais ganham, embora perca nomes importantes como o do senador Bernardo Cabral (AM), ex-relator do Congresso constituinte e
da reforma do Poder Judiciário.
A influência política da legenda
crescerá principalmente no Senado, com a chegada da ex-governadora Roseana Sarney (MA) e do
ex-vice-presidente Marco Maciel
(PE) e a volta do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (BA).
Reeleito, o deputado José Carlos
Aleluia (BA), considerado um dos
principais operadores do PFL, assumirá a função de líder do partido na Câmara. Especialista em
energia, Aleluia é fundamental na
articulação pefelista com o empresariado.
Politicamente, quem mais perde é o PSDB. Nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso, a influência de alguns de seus
parlamentares era assentada no
poder de nomear, demitir e liberar verbas do Palácio do Planalto.
Sem esses instrumentos, caberá
a congressistas como o senador
Arthur Virgílio (AM) -que trocou a Câmara pelo Senado- e o
deputado reeleito Jutahy Júnior
(BA) manter vivo o discurso do
projeto tucano de voltar ao poder.
Um nome de peso certo desistiu
do mandato para presidir o BC:
Henrique Meirelles (GO).
O PPB não elegeu nenhum novato de grande expressão, mas renovou os mandatos de Delfim
Netto (SP) e Francisco Dornelles
(RJ). Peemedebistas históricos ficam foram do Senado, como Iris
Rezende (GO), não reeleito, e Roberto Requião (PR), agora governador. Na Câmara, o partido perde Rita Camata (ES), vice na chapa de Serra, e Benito Gama (BA),
ex-presidente da Comissão de Finanças e Tributação.
Desgastado pelas acusações de
suposto envolvimento em corrupção, o ex-senador Jader Barbalho (PA) volta como deputado.
Ao contrário do seu desafeto,
ACM, terá de percorrer um longo
caminho para retomar a influência que detinha quando presidia o
Senado e o PMDB.
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