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São Paulo, domingo, 02 de março de 2003

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TJ baiano aponta a existência de mais 53 grampos

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O Tribunal de Justiça da Bahia confirmou ontem a existência de mais 53 números telefônicos que foram grampeados no ano passado, a pedido da Secretaria da Segurança Pública da Bahia.
De acordo com o TJ, as autorizações partiram de dois juízes que trabalham em Salvador -Jeferson Alves de Assis e Dayse Lago Ribeiro Coelho. A Agência Folha tentou falar com os dois juízes, mas seus nomes não constam na lista telefônica de Salvador e a assessoria de imprensa do TJ informou que não tem autorização para divulgar os números.
Até a semana passada, o TJ havia divulgado uma lista com 126 nomes (232 grampos) que foram monitorados pelo governo baiano. O presidente do TJ da Bahia, Carlos Alberto Dultra Cintra, disse que solicitou de todas as operadoras as relações dos telefones grampeados nos últimos dois anos, a pedido do governo.
"Ainda vou examinar todas as listas, mas as informações iniciais são procedentes", disse Cintra. Ele não quis relacionar os novos grampos ao rastreamento ilegal anterior, já constatado pela Polícia Federal. "Não quero emitir nenhuma opinião enquanto não checar todos os números."
Cintra disse também que a TIM Maxitel já entrou em contato com o TJ e prometeu entregar logo após o Carnaval a relação de todos os telefones que foram grampeados, nos dois últimos anos.
A operadora recebeu determinação judicial na sexta de entregar a lista com os telefones em um prazo máximo de 24 horas, no primeiro dia útil após o Carnaval.
A assessoria de imprensa do TJ baiano informou ontem que todos os pedidos dos 53 grampos feitos pela Telemar e Telebahia Celular foram solicitados pelo delegado especial Valdir Gomes Barbosa, 50, e o assessor da SSP, Alan de Souza Farias, 29.
Indiciados pela PF por falsificação de documento público e escuta ilegal, Barbosa e Farias são os principais suspeitos de executar o monitoramento que flagrou conversas telefônicas de adversários do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). ACM é apontado como o mandante do crime. Ele nega envolvimento com o caso.


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