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TERRA SEM LEI
Suposto mandante do crime chamaria petebista para coleta de dinheiro
Pistoleiros voltam a citar
prefeito em depoimento
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ALTAMIRA
Dois indiciados no caso do assassinato da missionária Dorothy
Stang, 73, confirmaram ontem
em depoimento o suposto envolvimento no crime do prefeito de
Anapu (PA), Luiz dos Reis Carvalho (PTB), segundo a Polícia Civil.
Rayfran das Neves Sales, 27, o
Fogoió (que confessou ser o executor dos seis disparos que mataram a missionária), afirmou ter
ouvido o fazendeiro Vitalmiro
Bastos de Moura, 34, o Bida (suposto mandante do crime e foragido), dizer que chamaria o prefeito para uma coleta de dinheiro.
A verba serviria para pagar advogados caso algum envolvido no
crime fosse detido.
As declarações de Fogoió foram
confirmadas por Clodoaldo Carlos Batista, 31, o Eduardo, indiciado como co-autor do assassinato.
Segundo ele, Bida disse que era
amigo do prefeito. Eles também
mantiveram a versão de que Bida
disse que pediria ao fazendeiro
Laudelino Délio Fernandes Neto,
o Délio, um avião para fugir.
Os dois pistoleiros haviam feito
as afirmações à Comissão Externa
Dorothy Stang, do Senado, anteontem em Altamira. Em seu primeiro depoimento à Polícia Civil,
na semana passada, Fogoió havia
apontado como mandante do crime o sindicalista Francisco de Assis dos Santos Souza, o Chiquinho
do PT. No mesmo dia, à PF, Fogoió disse que Chiquinho não tinha relação com o crime.
Em depoimento, o prefeito de
Anapu negou as acusações.
Segundo a polícia, os três presos
indiciados pela morte da missionária deverão ser levados hoje à
região metropolitana de Belém
(PA), onde devem permanecer
presos até o julgamento. Eles podem ficar na Penitenciária Metropolitana de Marituba (PA) ou no
Centro de Recuperação Masculino de Americano (PA). Antes da
transferência, PF também tomará
o depoimento dos presos.
Faixas
Duas faixas sem autoria identificada que criticam o governo federal, a ministra Marina Silva (Meio
Ambiente) e o Greenpeace foram
instaladas ontem ontem na estrada que liga o centro de Altamira
ao aeroporto. Uma das faixas diz:
"Marina Silva, um poder que paralisou o desenvolvimento da
Transamazônica". O governo baixou decretos há duas semanas
que criam reservas e estações ecológicas no Pará.
(MS)
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