São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

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TERRA SEM LEI

Suposto mandante do crime chamaria petebista para coleta de dinheiro

Pistoleiros voltam a citar prefeito em depoimento

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ALTAMIRA

Dois indiciados no caso do assassinato da missionária Dorothy Stang, 73, confirmaram ontem em depoimento o suposto envolvimento no crime do prefeito de Anapu (PA), Luiz dos Reis Carvalho (PTB), segundo a Polícia Civil.
Rayfran das Neves Sales, 27, o Fogoió (que confessou ser o executor dos seis disparos que mataram a missionária), afirmou ter ouvido o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, 34, o Bida (suposto mandante do crime e foragido), dizer que chamaria o prefeito para uma coleta de dinheiro. A verba serviria para pagar advogados caso algum envolvido no crime fosse detido.
As declarações de Fogoió foram confirmadas por Clodoaldo Carlos Batista, 31, o Eduardo, indiciado como co-autor do assassinato. Segundo ele, Bida disse que era amigo do prefeito. Eles também mantiveram a versão de que Bida disse que pediria ao fazendeiro Laudelino Délio Fernandes Neto, o Délio, um avião para fugir.
Os dois pistoleiros haviam feito as afirmações à Comissão Externa Dorothy Stang, do Senado, anteontem em Altamira. Em seu primeiro depoimento à Polícia Civil, na semana passada, Fogoió havia apontado como mandante do crime o sindicalista Francisco de Assis dos Santos Souza, o Chiquinho do PT. No mesmo dia, à PF, Fogoió disse que Chiquinho não tinha relação com o crime.
Em depoimento, o prefeito de Anapu negou as acusações.
Segundo a polícia, os três presos indiciados pela morte da missionária deverão ser levados hoje à região metropolitana de Belém (PA), onde devem permanecer presos até o julgamento. Eles podem ficar na Penitenciária Metropolitana de Marituba (PA) ou no Centro de Recuperação Masculino de Americano (PA). Antes da transferência, PF também tomará o depoimento dos presos.

Faixas
Duas faixas sem autoria identificada que criticam o governo federal, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o Greenpeace foram instaladas ontem ontem na estrada que liga o centro de Altamira ao aeroporto. Uma das faixas diz: "Marina Silva, um poder que paralisou o desenvolvimento da Transamazônica". O governo baixou decretos há duas semanas que criam reservas e estações ecológicas no Pará. (MS)


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