DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A votação do projeto que regulamenta o artigo 192 da Constituição expôs a divisão nos partidos de esquerda aliados do Palácio do Planalto, especialmente no PDT comandado com mão-de-ferro por Leonel Brizola.
Brizola estará hoje em Brasília para tentar levar os 16 deputados da sigla a votar contra o Planalto e impor uma derrota ao ministro das Comunicações, o pedetista Miro Teixeira, que defende a posição do governo na bancada.
"Ou o Miro se integra ao partido, ou vira líder do governo", afirmou Brizola ontem, em sucessivos telefonemas do Rio para Brasília. E enviou telegrama reiterando que a Executiva Nacional do PDT é contrária ao projeto.
Os deputados deixaram para decidir hoje. Brizola ameaça expulsar os dissidentes. Ele saiu fortalecido da última convenção do PDT, no dia 21: Miro apareceu no final e evitou o confronto.
Para a noite de ontem estava prevista uma reunião do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, com a bancada do PDT.
O PSB também sai arranhado do embate sobre o artigo 192. Para que seus 29 deputados federais pudessem votar a favor do governo, o partido construiu ontem uma nota na qual defende a regulamentação do sistema financeiro - a posição de Miguel Arraes, presidente do PSB-, mas fecha questão contra eventual projeto de autonomia do Banco Central -a posição de Anthony Garotinho (RJ). (RC E RB)


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