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AGENDA PETISTA
Decisão foi acertada entre João Paulo, Dirceu e Palocci, que defende lei como meio de reduzir taxa de juros
Lei de Falências é nova prioridade do governo
VALDO CRUZ
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aprovada a proposta de regulamentar em fatias do artigo 192,
que trata do sistema financeiro, a
pauta prioritária da Câmara dos
Deputados passa a ser a Lei de Falências. A expectativa é que ela seja votada em plenário entre o final
de abril e o início de maio.
A decisão foi acertada entre o
presidente da Câmara, João Paulo
Cunha (PT-SP), e os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio
Palocci Filho (Fazenda). Será discutida hoje com os líderes partidários por João Paulo em reunião
que definirá uma agenda para a
votação da lei.
A Lei de Falências é tida como
prioritária por Palocci como forma de reduzir os juros bancários
para empresas e pessoas físicas. O
envio da proposta foi incluído na
última revisão de metas do governo brasileiro com o FMI.
Estudos feitos pelo Banco Central indicam que boa parte dos juros cobrados pelos bancos se deve
ao elevado risco de inadimplência
no país. Para se proteger dos caloteiros, os bancos embutem nas taxas um percentual para cobrir
prejuízos com inadimplentes.
Com a Lei de Falências, o que se
pretende é facilitar por parte dos
bancos a execução de garantias
dadas por tomadores de empréstimos. Ficando mais fácil tomar as
garantias dos devedores, os bancos poderiam reduzir a inadimplência e, desse modo, também
diminuir as taxas de juros.
Esses estudos foram feitos na
gestão de Armínio Fraga (1999-2002) no BC. Armínio, por sinal,
sempre defendeu a aprovação do
projeto de Lei de Falências, que
tramita no Congresso desde 1993.
Por se tratar de tema polêmico,
porém, até hoje não foi aprovado.
A idéia não é enviar nova proposta, mas aproveitar o texto em
tramitação. Como foi iniciada outra Legislatura neste ano, novas
emendas podem ser feitas ao relatório atual. Seu autor é o deputado Oswaldo Biolchi (PMDB-RS).
Entre as principais modificações, está a proposta de limitar a
preferência para as dívidas trabalhistas nos processos de falências
-pelas regras de hoje, os bancos
ficam atrás dos trabalhadores e da
Receita na fila de recebimentos
dos créditos. O texto que está no
Congresso estipula um teto de R$
30 mil para o trabalhador que tem
dinheiro a receber de uma empresa falida. É um dos pontos mais
polêmicos do projeto e que deve
ser motivo de novas emendas.
Outro objetivo do projeto é permitir que empresas permaneçam
operando, ao menos por algum
tempo, mesmo depois de decretada sua falência. Com a medida, a
intenção é evitar evitar demissões
e valorizar o patrimônio que permitirá o pagamento aos credores.
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