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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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CASO SILVEIRINHA

Os nomes de Heraldo da Silva Braga e Leonides Pires de Lima são listados em relatório do Ministério Público suíço

Suíça cita mais 2 auditores com conta no país

FERNANDA DA ESCÓSSIA
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

Mais dois auditores da Receita Federal são listados na carta rogatória do Ministério Público suíço como titulares de contas naquele país: Heraldo da Silva Braga e Leonides Pires de Lima.
Braga, até então, aparecia apenas como beneficiário da conta do auditor Axel Ripol Hamer, com US$ 664 mil. A carta rogatória enviada à Justiça brasileira informa que Braga é também titular da conta 101278, aberta em 22 de março de 1995 na sucursal do Rio do DBTC (Discount Bank and Trust Company). O saldo de sua conta não é informado.
Braga é procurador da conta no DBTC do auditor Roberto Cavallieri Vommaro, também investigado pelo Ministério Público suíço e cuja conta tinha, em 2001, US$ 36,9 mil. Vommaro, por sua vez, foi procurador da conta de Braga até 1995.
O outro auditor citado no documento, Leonides Pires de Lima, é, segundo o Ministério Público suíço, o titular da conta 182101 ZM, aberta em conjunto com Tânia Maria Gonçalves Basso de Lima, em fevereiro de 1997. Axel Hamer é o beneficiário dessa conta.
O relatório afirma que, em 10 de março de 1997, foram depositados na conta de Lima US$ 900 mil. Em dezembro do mesmo ano, o saldo era de US$ 568 mil e, um ano depois, caiu para US$ 339 mil. Em dezembro de 1999, a conta de Lima foi esvaziada. A conta foi bloqueada pela Justiça suíça quando o Ministério Público daquele país começou a investigar o caso, no ano passado.
A Procuradoria suíça não pede informações sobre Braga nem sobre Lima. Os nomes dos dois aparecem no relatório por causa das ligações com Vommaro e Hamer.
Com esses novos nomes, chega a oito o número de auditores federais com contas na Suíça, além de cinco fiscais estaduais, entre os quais Rodrigo Silveirinha Corrêa, subsecretário de Administração Tributária na gestão de Anthony Garotinho (PSB, 1999 a abril de 2002). Os depósitos somariam pelo menos US$ 33,4 milhões.
A CPI do "Propinoduto", criada na Assembléia Legislativa do Rio para investigar o caso, vai entregar um relatório preliminar ao Ministério Público Federal e à Justiça pedindo que os cinco fiscais do Rio sejam denunciados por improbidade administrativa, concussão (extorsão cometida por funcionário público), formação de quadrilha e perjúrio.
Heraldo Braga e Leonides Lima foram procurados pela Folha e não foram localizados. O advogado dos cinco fiscais e de dois auditores, Clóvis Sahione, disse que o relatório do Ministério Público suíço, sem documentos bancários, não serve como prova contra seus clientes. Os fiscais e auditores negam possuir conta na Suíça.


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