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Empresa de suplente é investigada
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O suplente do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), Valmir Amaral, é acusado de obter favorecimento do governo Joaquim Roriz
(PMDB) para a redução de dívida
junto ao banco oficial BRB e para
a concessão de linhas de transporte coletivo de Brasília.
Além disso, uma das empresas
do grupo, a Viação Valmir Amaral Ltda., utilizou certidão falsa
para comprovar que estava quite
com o INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social), conforme o
próprio grupo admitiu depois.
O Grupo Amaral, de propriedade do suplente de Estevão, reúne
empresas de transporte interestadual, intermunicipal e urbano de
passageiros. As denúncias contra
o grupo estão sendo investigadas
pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério
Público do DF.
A dívida com o BRB (Banco de
Brasília), conforme ação de execução hipotecária movida em 25
de maio de 1998 pelo banco contra duas empresas do grupo, era
de R$ 6 milhões.
Menos de um ano depois, em 20
de abril de 1999, o Grupo Amaral
e o BRB fecharam acordo pelo
qual a dívida é "consolidada" em
R$ 1,3 milhão. Conforme denúncia encaminhada ao Ministério
Público, o BRB fechou esse acordo mesmo depois de ter recusado
proposta do Grupo Amaral para
que a dívida fosse reduzida para
R$ 3,6 milhões.
A atitude do BRB teria se tornado favorável a Amaral depois da
posse de Roriz, em janeiro de 99,
em substituição a Cristovam
Buarque (PT).
O superintendente do Grupo
Amaral, Sílvio Feitoza, afirmou
que a dívida original era de R$ 1
milhão, que subiu para R$ 6 milhões no período de 1994 a 97,
apesar de o grupo ter pago, nesse
período, a importância de R$ 5,2
milhões.
Segundo Feitoza, o BRB estava
cobrando "acréscimos de encargos indevidamente lançados a
partir da aplicação de juros capitalizados sobre taxas exorbitantes, além de correção monetária
determinada por indexadores atípicos e ilegais". Por isso, o Grupo
Amaral ajuizou na Justiça uma
ação ordinária de revisão de negócios jurídicos e de recálculo de
dívida contra o BRB.
O banco, por sua vez, ajuizou
uma ação de execução hipotecária contra o grupo, até que houve
mudança de governo e acordo entre as partes. O gerente de empreendimentos do BRB, Diogo
Leite, disse que o banco não iria se
manifestar sobre o assunto.
Certidão falsa
O "Diário Oficial" da União publicou no dia 26 de março de 98, à
pág. 101, portaria da Diretoria de
Arrecadação e Fiscalização do
INSS declarando que era "inautêntica" e "inidônea" uma certidão negativa de débitos apresentada pelo Viação Valmir Amaral
Ltda. Sílvio Feitoza disse que a
certidão foi apresentada por um
despachante do Rio de Janeiro
contratado pela empresa, mas à
sua revelia, já que o grupo não teria débito com a Previdência. "O
Grupo Amaral foi vítima da quebra de confiança depositada num
terceiro", disse.
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