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Embratur afirma que não tem
como reduzir gastos de pavilhão
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Embratur não tem como cortar R$ 5 milhões dos R$ 13,7 milhões que está gastando na Exposição Universal de Hannover, na
Alemanha, segundo Wilson Teixeira Soares, assessor da presidência da empresa.
A razão é simples: dos R$ 13,7
milhões, só R$ 2,48 milhões não
foram repassados às empresas
que trabalharam na montagem
do pavilhão brasileiro, ainda segundo Soares. "Não temos como
devolver o dinheiro que já foi pago aos fornecedores", diz.
O corte de R$ 5 milhões foi sugerido pelo procurador da República Luiz Francisco Fernandez de
Souza. Ele propôs um acordo à
Embratur: se ela reduzisse em R$
5 milhões os gastos em Hannover,
o Ministério Público Federal não
entraria com uma ação na Justiça
contra a empresa. Para Souza, o
gasto em Hannover foi "superdimensionado".
Se o acordo não for feito, ele diz
que entrará com uma liminar na
Justiça pedindo a suspensão da
participação brasileira na Expo.
O presidente da Embratur, Caio
Luiz de Carvalho, disse à Folha,
de Londres, que só discutirá o
corte nos gastos com os procuradores, na segunda-feira.
O centro da controvérsia em
Hannover é o contrato para a administração da montagem do pavilhão brasileiro na Expo 2000.
O procurador entende que não
houve licitação e que o contrato
beneficiou a agência de publicidade Artplan Prime, cujos sócios são
uma filha e um sobrinho do senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, partido da base governista.
O presidente da Embratur disse
à Folha na última semana que o
comissão que organizou a participação brasileira na Exposição
Universal perdeu o prazo para fazer a licitação.
Por isso, o Ministério do Esporte e Turismo "usou" a Artplan
Prime para administrar a montagem do pavilhão.
No ano passado, a Artplan Prime venceu uma licitação para fazer propaganda internacional da
Embratur, a qual fala genericamente em "organização e planejamento de exposições e eventos".
Segundo o Ministério Público
Federal, essa licitação não serve
para Hannover porque não faz referência explícita à Expo 2000. Na
interpretação da procuradoria da
Embratur, o contrato era legal.
O Ministério Público Federal
sugere que os R$ 5 milhões que
deveriam ser cortados dos gastos
em Hannover fossem usados para
beneficiar "a camada mais espoliada do Brasil", segundo Souza.
Ele propôs que os R$ 5 milhões
fossem aplicados em propaganda
contra a prostituição infanto-juvenil e de produtos indígenas ou
artesanato nordestino.
Os R$ 2,48 milhões que sobraram do contrato de R$ 13,7 milhões referem-se à última parcela
do pagamento à Artplan Prime.
O pagamento do valor foi suspenso pela Embratur depois que a
Folha noticiou no último domingo que não houve licitação para a
escolha da empresa que cuidaria
da administração da montagem
do pavilhão brasileiro.
A assessoria da Embratur diz
que o pagamento dessa parcela só
será feito depois que forem resolvidas as dúvidas legais sobre o
contrato.
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