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PERFIL
Empresário preso foi grampeado no caso Anaconda
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Law Kin
Chong é um dos principais
alvos da CPI da Pirataria do
Congresso Nacional. "Trata-se de uma quadrilha organizadíssima, liderada pelo sr.
Law Kin Chong, com raízes
profundamente fincadas no
centro velho da cidade de
São Paulo, irradiando-se para outros locais do país, e
que necessita ser urgentemente debelada", diz o relatório sobre Chong ao qual a
Folha teve acesso, que deverá servir de base para outro
documento, o texto final da
CPI, que poderá ser concluído nos próximos dias.
Chong também teve conversas suas grampeadas pela
Operação Anaconda, desencadeada no final do ano passado pela PF de Brasília para
investigar corrupção na Justiça Federal paulista.
Numa conversa travada
em dezembro de 2002 com o
delegado da Polícia Federal
José Augusto Bellini, preso
desde outubro último,
Chong diz que precisa "do
endereço para mandar o negócio". Bellini orienta deixar
a "mercadoria" em seu carro, que estava na garagem.
A PF suspeita que o presente se tratasse de um aparelho de TV de última geração. Em janeiro de 2003, a
Anaconda gravou outra
conversa entre os dois. Bellini demonstrava ansiedade:
"Porque é a última carruagem que vai passar, pra mim
é a última, eu não tenho mais
carruagem não, meu irmão". Chong concordou
com o delegado. Em seguida, ambos combinaram
uma reunião com "o pessoal". Apesar das gravações,
Chong não foi denunciado
formalmente por envolvimento com a suposta quadrilha relacionada à venda
de sentenças judiciais.
Em depoimento prestado
à CPI da Pirataria em novembro, Chong admitiu "favores" a Bellini, mas negou
conhecer juízes federais. O
empresário afirmou ter um
patrimônio de R$ 6 milhões.
Segundo o relatório da
CPI, as investigações indicam remessas de valores do
empresário para Los Angeles (EUA) em nome de sua
mulher, Hwu Su Chiu Law,
ou "Miriam", e ligações com
uma empresa de turismo
acusada em outros escândalos financeiros, a Tai Chi Turismo, de Santo André (SP).
De acordo com a comissão, há investigações contra
Chong desde, pelo menos,
1997. Processos resultantes
de duas delas estão paralisados devido a vitórias de
Chong na Justiça. No ano
passado, conseguiu obter
decisão do Supremo Tribunal Federal que proibia tomada de imagens suas durante depoimento à CPI.
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