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Empresário nega ter dado verba a PT
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Laerte Arruda
Correa Júnior, investigado na
Operação Vampiro, negou que tenha recolhido dinheiro para a
campanha de 2002 do PT.
O nome de Corrêa Júnior foi citado em depoimento do empresário Francisco Danúbio Honorato,
outro investigado na operação, à
Polícia Federal.
Honorato afirmou ter ouvido
"comentários de que o senhor
Laerte [Corrêa] teria autorização
do senhor Delúbio Soares, tesoureiro do PT, para solicitar dinheiro das empresas farmacêuticas e
intermediar interesses dessas empresas junto ao [sic] Ministério da
Saúde". Soares confirmou apenas
contatos com Corrêa Júnior e disse que laboratórios encaminharam R$ 1,5 milhão ou R$ 1,6 milhão ao partido.
Ontem Corrêa Júnior disse que,
como consultor da área farmacêutica, apresentou alguns laboratórios ao PT. "Jamais recolhi dinheiro de campanha. As doações
estão declaradas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e na prestação de contas do partido."
O empresário diz ter conhecido
Soares durante a campanha. "Jamais tive autorização do senhor
Soares para pedir ou receber qualquer doação", acrescentou. Segundo o empresário, a última vez
em que encontrou Soares foi há
cerca de três meses, na sede do PT
em São Paulo.
"Entre ouvir dizer e a realidade
há uma grande distância", acrescentou o empresário.
Caixa de campanha
A Polícia Federal decidiu aguardar o avanço das investigações da
Operação Vampiro antes de pulverizar o inquérito e averiguar o
desvio de verbas públicas em caixas de campanha. Até lá, a diretriz
da cúpula da PF é focalizar as
ações na suposta quadrilha responsável pelas fraudes nas compras de derivados do sangue.
O receio de diretores da PF, segundo a Folha apurou, é ampliar
demais a investigação, abarcando
diversos tentáculos e dispersar esforços. Isso não significa deixar de
investigar o desvio de dinheiro
público para caixa de campanha,
mas fazer avançar o chamado "inquérito-mãe", para depois desmembrá-lo em outros.
Delegados experientes defendem esse caminho para evitar críticas de lentidão nas investigações. Seria melhor iniciar um inquérito daqui a seis meses e conclui-lo seis meses depois em vez
de fracionar o "inquérito-mãe",
nessa altura, e aguardar um ano
até obter resultados concretos.
Tecnicamente, avalia a diretoria
da PF, o depoimento citando a relação de Corrêa Júnior com o secretário de Finanças seria suficiente para investigar a conduta
de Soares durante a campanha
eleitoral de 2002, na qual Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente. Se houver novas informações a respeito, a PF pretende
agrupá-las, mas o foco principal
não será esse.
Genoino
O presidente do PT, José Genoino, e Delúbio Soares chegaram
juntos ontem à noite ao evento de
lançamento da revista com realizações de 26 administrações do
PT, em Brasília. Segundo Genoino, "ninguém tinha autorização
do PT para fazer contato [com os
laboratórios]".
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