São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004 |
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TODA MÍDIA A balança e o avião
NELSON DE SÁ
É hoje "o primeiro grande teste do ministro Rebelo", na opinião do comentarista Merval Pereira, na CBN. A votação do valor do salário mínimo está sendo tocada pelo ministro da Articulação Política, com todo o poder para negociar -o que inclui jurisdição sobre cargos no governo. Na cobertura, foi ele quem falou de dois reajustes no salário mínimo neste ano. Após reunião com os líderes na Câmara, garantiu que "a base está segura dos votos para aprovar". Show Luiz Antonio de Medeiros uniu-se à Polícia Federal e ao Jornal Nacional para um show no horário nobre, ontem. O flagrante que o deputado encenou para uma tentativa de suborno lembrou o velho Aqui Agora. Em tempo real, com a narração de César Tralli e até um acusado sendo entrevistado ao entrar no camburão. O pastor A atuação do pastor, no caso do massacre de presos no Rio, foi questionada pela Defensoria Pública na CBN e defendida por representantes do governo de Rosinha nos sites e emissoras. Ao UOL News, o pastor disse que o massacre poderia ter sido evitado se não se misturassem no presídio as três organizações: Amigos dos Amigos, Comando Vermelho e Terceiro Comando. Remessas O superávit comercial recorde não é o bastante -e a Caixa Econômica Federal sai pelo mundo "de olho nas remessas dos brasileiros que moram no exterior", segundo a "Gazeta Mercantil", ontem. A entrada da Caixa nesse "mercado global de remessas" foi destaque também na agência Dow Jones, citando que o Itaú fez o mesmo. Segundo o "Valor" de ontem, os brasileiros já mandam para o Brasil R$ 17 bilhões por ano. Lula lá 1 O "Financial Times" publicou editorial em tom de apelo a Lula. Diagnostica que "a lua-de-mel política terminou", mas "ainda não chegaram as recompensas pela abordagem ortodoxa das dificuldades que herdou", como "a economia muito endividada e os juros extremamente altos". Mas "as recompensas para a determinação estão começando a surgir", diz. E encerra: - Depois de trabalhar tanto para estabelecer a reputação de políticas sólidas, o governo deve convencer de que tem vontade de manter o rumo. Sem dúvida pode ter sucesso. Precisa ter. Lula lá 2 O temor maior do "FT" está no Congresso e no Supremo. A "BusinessWeek" também cita ambos e discute se Lula está "perdendo o controle". Menos dramática, a revista diz o que pode "reverter" o quadro: - A economia brasileira já cresce muito mais rapidamente, graças a exportações em alta e juros em queda. Se a sensação boa chegar em tempo para as eleições, os brasileiros podem apoiar candidatos de Lula. Isso aumentaria a confiança. A Globo age Também a Globo está de olho nos outros dois poderes. Sobre o mínimo e taxação de inativos, está quase em campanha. UM MEDIADOR
Como noticiou ontem o site do "New York Times", o general brasileiro Heleno Pereira "recebeu o bastão" do general americano Ronald Coleman em uma cerimônia -e assim "a ONU tomou comando dos EUA no Haiti". "Washington Post", "Le Monde", "El País" e inúmeros outros publicaram reportagens sobre a mudança, que envolve muito mais do que a liderança da missão pelo Brasil -a atenção se voltou principalmente para a troca de uma força unilateral americana por uma multilateral. Mas o "Financial Times" observou, em sua reportagem: - Mr. Lula da Silva está ansioso por demonstrar as ambições do Brasil, de ter um papel maior na diplomacia internacional. A ajuda ao país mais pobre do hemisfério também sublinha a crescente liderança brasileira como um mediador e um pacificador numa região que muitas vezes se mostra volátil. Em princípio, os EUA recebem bem o Brasil como uma força de estabilização regional. Texto Anterior: Nacionalistas querem domínio de tecnologia Próximo Texto: Elio Gaspari: Benditos sejam BID e Jackie Joy Índice |
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