São Paulo, sábado, 02 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ CPI

Acusado de operar "mensalão", sócio da SMPB e da DNA rechaça comparação com PC Farias e diz que deputado está desatinado

Jefferson age com "cinismo", diz Valério

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Marcos Valério, sócio das agências de publicidade SMPB Comunicação e DNA Propaganda, classificou ontem de "desatino, desespero e cinismo" as acusações feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Valério disse "repelir" o que chamou de "tentativa" do deputado petebista de compará-lo a PC Farias, e contra-atacou afirmando ter sido o próprio Jefferson "aplicado defensor" e "parceiro político" de PC.
Paulo César Farias foi o tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que sofreu processo de impeachment e deixou a Presidência da República, em 1992. Quatro anos depois, o corpo de PC foi encontrado com um tiro na sua casa de praia em Alagoas.
Em nota de sua assessoria de imprensa, o publicitário ironizou ao dizer que "reconhece plena autoridade no deputado Roberto Jefferson para falar sobre as atividades de PC Farias, tendo em vista a notória participação do parlamentar no que a imprensa denominou de "tropa de choque" do ex-presidente Fernando Collor".
Acrescentou que "jamais teve com o deputado Jefferson qualquer tipo de relação, em qualquer nível, que autorize o parlamentar a compará-lo com aquele de quem o deputado foi parceiro político e aplicado defensor".
A nota foi distribuída devido ao depoimento de Jefferson à CPI dos Correios, que terminou na madrugada de ontem. Em diversos momentos de seu depoimento, Jefferson comparou PC Farias a Delúbio Soares, o tesoureiro do PT, e a Valério, que acusa de ser o "operador" de Delúbio no pagamento do suposto "mensalão".
Jefferson disse, por exemplo: "Em todas as contas do PC Farias passaram R$ 64 milhões, e nas contas do Marcos Valério já passaram R$ 45 milhões". "O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza reafirma que são infundadas, fantasiosas e aparentemente produzidas por desatino, desespero e cinismo as acusações reiteradas pelo deputado federal Roberto Jefferson", diz a nota. "[Marcos Valério] repele a tentativa do deputado em compará-lo a Paulo César Farias -apontado como tesoureiro de campanha eleitoral e como operador do que ficou conhecido como esquema Collor/ PC", acrescentou.


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