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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ BASE PARTIDA
Pré-candidatos para 2006, Humberto Costa e Olívio Dutra deixarão ministério; Jaques Wagner atuará na articulação política
PMDB indica nomes, e petistas devem sair
KENNEDY ALENCAR
JULIA DUAILIBI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva recebeu ontem quatro indicações do PMDB para o ministério e decidiu tirar os petistas
Humberto Costa da Saúde e Olívio Dutra das Cidades. Ambos deverão ser candidatos do PT a governador em 2006 em seus respectivos Estados, Pernambuco e
Rio Grande do Sul.
A ala governista do PMDB formalizou as indicações do deputado federal Saraiva Felipe (MG), do
senador Hélio Costa (MG), do ex-deputado federal Paulo Lustosa
(CE) e do presidente da Eletronorte, Silas Rondeau.
O presidente decidiu ainda que
Jaques Wagner (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) atuará como articulador político. A ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff, apóia a nomeação. Ela se dá bem com Wagner e
quer alguém cuidando da política
para se dedicar à administração.
Lula agora procura uma pasta
para Aldo Rebelo, hoje na Coordenação Política, que será formalmente extinta. Militares resistem
a seu nome para a Defesa, posto
em que o vice-presidente José
Alencar tende a permanecer a
contragosto. Aldo é opção para
Trabalho ou Esporte, se Agnelo
Queiroz, indeciso ontem, resolver
ser candidato a deputado federal
em 2006. Se o for, deixaria o ministério para retomar o mandato.
O PP poderia ficar com Esportes
ou estatal importante.
Das indicações peemedebistas,
Lula disse ontem a auxiliares que
era provável a indicação de Saraiva Felipe para a Saúde e de Silas
Rondeau para as Minas e Energia.
O PT, porém, resiste a Felipe e
aproveita o desejo de Lula de ter
uma surpresa para insistir no médico Dráuzio Varella. Seria um
nome de peso da sociedade civil
para que a reforma não pareça
rendição aos políticos tradicionais numa hora de crise grave.
Lula tem dúvida em relação a
efetivar Paulo Lustosa, hoje secretário-executivo, como ministro
das Comunicações. Prefere o senador Hélio Costa para essa pasta.
Os peemedebistas desejam que
Costa substitua Romero Jucá na
Previdência ou ocupe Cidades.
Ou seja, Lula ainda tem dúvida
entre dar quatro pastas ao PMDB,
como pede a ala governista do
partido para minar os oposicionistas, ou só três. Iria refletir no
fim de semana para tentar fazer os
anúncios na segunda.
As indicações peemedebistas
foram feitas ontem pelo presidente do Senado, Renan Calheiros
(AL), e o senador José Sarney
(AP), que estiveram no Planalto.
Renan tende a sair fortalecido
desse processo, pois é o padrinho
de três das quatro indicações.
Rondeau é nome de Sarney, que
receberá compensação pela promessa que não foi cumprida na
reforma ministerial engavetada
em março: a nomeação de sua filha, a senadora Roseana Sarney
(PFL-MA), para um ministério.
Dilma, ex-ministra de Minas e
Energia, deu seu aval a Rondeau.
Lula tem insistido no critério de
que ministros que desejem ser
candidatos nas eleições do ano
que vem deixem seus postos agora. E o estendeu para as estatais.
Carlos Wilson (Infraero) e Jorge
Sameck (Itaipu) já disseram que
deixarão seus cargos. José Eduardo Dutra (Petrobras) está na dúvida entre continuar ou optar pelo projeto de ser candidato a senador por Sergipe em 2006.
Em conversa com Lula, Ciro
Gomes pediu para continuar na
Integração Nacional. Deseja entregar o projeto de transposição
das águas do rio São Francisco.
Lula tende a aceitar, mas ele é opção para Saúde ou Previdência.
A tendência do presidente é
reintegrar a secretaria especial da
Pesca, chefiada por José Fritch, à
Agricultura. Deverão manter o
status de ministra Matilde Ribeiro, secretária especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Social,
e Nilcéia Freire, secretária especial
de Políticas para as Mulheres. Ricardo Berzoini deixará o Trabalho para voltar à Câmara.
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