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SUCESSÃO
Programa de Lula deverá propor o assentamento de pelo menos 1 milhão de famílias de sem-terra em 4 anos
Proposta de dobrar mínimo divide frente
PATRÍCIA ANDRADE
A versão mais
simplificada do
programa de
governo de Luiz
Inácio Lula da
Silva, que será
apresentada na
próxima segunda-feira em Brasília, deve propor
o assentamento de pelo menos um
milhão de famílias em quatro
anos. O presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que, até o final de sua gestão, 300 mil famílias
estarão assentadas.
Outro ponto em discussão pelos
partidos da frente de esquerda que
apóia Lula (PT, PDT, PSB, PC do B
e PCB) é dobrar o valor do salário
mínimo, hoje de R$ 130, num período de, no máximo, dois anos.
Essa proposta, porém, encontra
resistências entre os economistas
que participam da elaboração do
documento.
"A melhor maneira de elevar salários é aumentando a produção.
Os salários terão aumento gradativo, e os trabalhadores vão entender isso", argumenta o economista Guido Mantega, um dos formuladores do programa de governo.
Na área da educação, um dos
compromissos será o de erradicar
o analfabetismo. Para viabilizar
essa promessa, seriam organizados mutirões de jovens que se engajariam na campanha.
O eixo central da chamada "carta-compromisso", que terá no
máximo seis laudas, será a "retomada do desenvolvimento numa
escala acelerada".
O programa propõe a implementação de uma política industrial que estimule a produção nacional, gerando mais empregos,
além de uma política agrícola e de
ciência e tecnologia. Discute-se a
aplicação de cerca de 1,5% do PIB
(Produto Interno Bruto) em pesquisa tecnológica.
Para a agricultura, o plano é estabelecer juros baixos aos pequenos e médios produtores e, em alguns casos, subsidiar os investimentos, como no caso de agricultores que, por causa das exigências do mercado externo, precisem mudar de área de atuação.
No quesito desemprego, a idéia é
criar um programa de geração do
primeiro emprego, voltado para
os jovens. Além disso, a plataforma prevê a redução da jornada de
trabalho de 44 para 40 horas, medida que, segundo um estudo do
Dieese, criaria cerca de três milhões de novos empregos.
O documento fará um diagnóstico sombrio da conjuntura brasileira, afirmando que a administração de FHC é "um governo de
instabilidade, de crise e de dependência externa".
A "carta-compromisso" vai defender que é preciso "enfrentar a
crise social com urgência" e que o
desafio, agora, é compatibilizar
estabilidade econômica com crescimento.
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