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OUTRO LADO
Parlamentares vêem gasto legal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As explicações dos parlamentares para o emprego do dinheiro
usado com a divulgação vão desde a utilidade do material para o
"uso da Bíblia" até a "indissociação" da imagem do deputado
com seu trabalho, no caso de folders que levam fotos do político.
O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), que critica a oposição em seus jornais, afirmou
que os informativos demonstram
que ele apóia os programas do governo. "Apenas divulguei uma situação vivida na cidade" -no caso, de Novo Hamburgo, onde é
candidato a prefeito. "Não se configura propaganda eleitoral, é notícia, fazemos um trabalho de informação à população."
Com a foto do rosto ocupando
quase metade da capa do folder
sobre o programa "Bolsa Universidade", o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), candidato à Prefeitura de Porto Alegre, negou a
semelhança com os santinhos.
"Tenho o maior cuidado com
isso e só divulguei as minhas
ações na Câmara. O problema é
que a foto do deputado é indissociável ao seu trabalho, por isso
tem a imagem", disse.
Na mídia
O deputado-candidato que
mais gastou com atividade parlamentar foi Confúcio Moura
(PMDB-RO), que disputará a Prefeitura de Ariquemes (RO). No
total, o valor chegou a R$ 35.290,
que foram usados para jornais,
boletins e "veiculação de suas atividades parlamentares em rádio e
TV", conforme a assessoria.
Entre os 15 que mais usaram a
verba está o deputado Sandro
Matos (PTB-RJ), candidato a prefeito de São João do Meriti. Segundo o levantamento, de janeiro
a abril, o montante é de R$ 20.197.
O deputado afirma que todos os
gastos se devem ao jornal de prestação de contas, com cerca de 100
mil exemplares. Perguntado sobre o custo elevado, informou que
o boletim é de "muita qualidade".
"Depende, você trabalha em jornal, não é? Vai muito da qualidade
do papel, e é de boa qualidade."
O deputado Adelor Vieira
(PMDB-SC) usou a verba de 2003
para fazer, entre outras coisas,
marca-páginas. "Tudo é uma forma de divulgar, você junta o útil
ao agradável. Sou evangélico, e
usamos [o marca-página] porque
somos leitores da Bíblia. Normalmente entregamos nas igrejas."
No caso dos "outdoors" colocados no Estado do deputado Feu
Rosa (PP-ES), candidato à Prefeitura de Serra, "o material refletiu
um trabalho que ele defende como parlamentar", disse a assessoria. Ele defenderia que os royalties
da plataforma de petróleo entre o
Rio e o Espírito Santo venham para seu Estado. A assessoria não
soube dizer se os painéis foram
colocados só em Vitória ou também em seu foco eleitoral, Serra.
Já o deputado Zé Geraldo (PT-PA) justifica o valor gasto com o
custo do vídeo sobre a Transamazônica. "Quero mostrar as potencialidades da região e homenagear a rodovia, que completa 34
anos. O gasto foi alto, pois levei a
equipe para ficar uma semana lá,
teve a divulgação e ainda vou lançar o DVD. Se eu não fizer isso para a minha região, ninguém faz."
O deputado Leonardo Mattos
(PV-MG) negou ter sido ressarcido por cartas de agradecimento
ao eleitor, dado que consta de atas
da Mesa da Câmara.
(AM E RB)
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