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Vaz parte para o ataque e afirma
que seu concorrente foi "omisso"
DO PAINEL S.A.
O empresário Claudio Vaz, 56,
candidato da situação à presidência da Fiesp/Ciesp, prefere não fazer apostas em relação ao resultado das eleições para a direção das
duas entidades. Para Vaz, tanto
ele como Paulo Skaf têm chances
de vencer. Mas não poupa munição contra o adversário. Diz que
não concorda com as críticas feitas por Skaf à atual gestão de Horacio Lafer Piva. Segundo ele,
Skaf, que é vice-presidente da
Fiesp desde o primeiro mandato
de Piva, foi omisso. "Durante
muito tempo, ele esteve ausente
daqui", diz. A seguir, a entrevista.
(GUILHERME BARROS)
Folha - A eleição para a Fiesp já
está decidida?
Claudio Vaz - Neste momento,
quem declarar vitória para qualquer uma das eleições [Fiesp e
Ciesp] está correndo o risco de repetir fatos passados como os que
ocorreram com Fernando Henrique Cardoso na Prefeitura de São
Paulo [em 85, FHC se sentou na
cadeira de prefeito na véspera da
eleição que perdeu para Jânio
Quadros] e com a Seleção da Argentina, que perdeu a Copa América aos 46 minutos do segundo
tempo. Ambas são eleições muito
disputadas. O adversário procura
usar uma estratégia de marketing
do "já ganhou", mas é claro que se
trata de uma estratégia eleitoral.
Eu me considero bem posicionado nas duas eleições. Acredito no
sucesso, mas não declaro vitória.
Folha - É possível ter um vitorioso
na Ciesp e outro na Fiesp?
Vaz - Possível é, já que são duas
eleições que não são conectadas,
mas seria a primeira vez na história. Não creio que vá acontecer.
Folha - O prédio da avenida Paulista é da Ciesp ou da Fiesp?
Vaz - O prédio é 60% do Sesi e
40% do Ciesp.
Folha - Quem tem mais dinheiro,
a Fiesp ou o Ciesp?
Vaz - A questão do dinheiro é
muito mal compreendida. A
Fiesp, na verdade, é a administradora dos recursos do Sesi e do Senai. Acontece que o dinheiro do
Sesi e do Senai é carimbado. Não é
um dinheiro, portanto, que está à
disposição para você fazer o que
quiser com ele. O orçamento próprio da Fiesp deve estar próximo
de uns R$ 50 milhões, e o do Ciesp
próximo de uns R$ 30 milhões.
Folha - Caso vença as eleições, o
que o sr. pretende fazer na Fiesp ?
Vaz - É importante, agora, para a
federação, estreitar fortemente os
seus vínculos com outras entidades. Precisamos estreitar laços
com comércio, trabalhadores e
setor de serviços. O objetivo é destravar as rivalidades. A prioridade
é um crescimento sustentado
maior do que 5%, 6% ao ano.
Folha - Como é que o sr. julga a
gestão de Horacio Lafer Piva?
Vaz - Foi uma gestão inovadora.
Quem critica a atual gestão ficou
dois anos sem aparecer na Fiesp.
Folha - Quem por exemplo?
Vaz - Olha, eu não vou personalizar a discussão. Todo mundo sabe que nós temos pessoas importantes, que nos criticam hoje, que
ficaram dois anos sem aparecer.
Folha - O sr. inclui Paulo Skaf?
Vaz - Ele foi uma pessoa que durante muito tempo esteve ausente
daqui. Ele poderia ter dito para as
pessoas que estavam participando e para seus companheiros de
sindicato e do Ciesp que achava
que eles estavam seguindo um caminho errado e apontar o caminho certo, mas não o fez. Ele está
na vice-presidência da Fiesp desde a primeira gestão do Horacio.
Folha - Acha que ele se omitiu?
Vaz - Ele se omitiu, com certeza.
Se você consultar todas as reuniões que temos aqui, e elas são
gravadas e depois passadas em
ata, ele nunca fez qualquer sugestão ou crítica.
Folha - Qual a maior qualidade e
o maior defeito do seu adversário?
Vaz - A obstinação é sua maior
qualidade e o seu maior defeito. O
remédio que cura é o que mata.
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