São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vaz parte para o ataque e afirma que seu concorrente foi "omisso"

DO PAINEL S.A.

O empresário Claudio Vaz, 56, candidato da situação à presidência da Fiesp/Ciesp, prefere não fazer apostas em relação ao resultado das eleições para a direção das duas entidades. Para Vaz, tanto ele como Paulo Skaf têm chances de vencer. Mas não poupa munição contra o adversário. Diz que não concorda com as críticas feitas por Skaf à atual gestão de Horacio Lafer Piva. Segundo ele, Skaf, que é vice-presidente da Fiesp desde o primeiro mandato de Piva, foi omisso. "Durante muito tempo, ele esteve ausente daqui", diz. A seguir, a entrevista.
(GUILHERME BARROS)

Folha - A eleição para a Fiesp já está decidida?
Claudio Vaz
- Neste momento, quem declarar vitória para qualquer uma das eleições [Fiesp e Ciesp] está correndo o risco de repetir fatos passados como os que ocorreram com Fernando Henrique Cardoso na Prefeitura de São Paulo [em 85, FHC se sentou na cadeira de prefeito na véspera da eleição que perdeu para Jânio Quadros] e com a Seleção da Argentina, que perdeu a Copa América aos 46 minutos do segundo tempo. Ambas são eleições muito disputadas. O adversário procura usar uma estratégia de marketing do "já ganhou", mas é claro que se trata de uma estratégia eleitoral. Eu me considero bem posicionado nas duas eleições. Acredito no sucesso, mas não declaro vitória.

Folha - É possível ter um vitorioso na Ciesp e outro na Fiesp?
Vaz
- Possível é, já que são duas eleições que não são conectadas, mas seria a primeira vez na história. Não creio que vá acontecer.

Folha - O prédio da avenida Paulista é da Ciesp ou da Fiesp?
Vaz
- O prédio é 60% do Sesi e 40% do Ciesp.

Folha - Quem tem mais dinheiro, a Fiesp ou o Ciesp?
Vaz
- A questão do dinheiro é muito mal compreendida. A Fiesp, na verdade, é a administradora dos recursos do Sesi e do Senai. Acontece que o dinheiro do Sesi e do Senai é carimbado. Não é um dinheiro, portanto, que está à disposição para você fazer o que quiser com ele. O orçamento próprio da Fiesp deve estar próximo de uns R$ 50 milhões, e o do Ciesp próximo de uns R$ 30 milhões.

Folha - Caso vença as eleições, o que o sr. pretende fazer na Fiesp ?
Vaz
- É importante, agora, para a federação, estreitar fortemente os seus vínculos com outras entidades. Precisamos estreitar laços com comércio, trabalhadores e setor de serviços. O objetivo é destravar as rivalidades. A prioridade é um crescimento sustentado maior do que 5%, 6% ao ano.

Folha - Como é que o sr. julga a gestão de Horacio Lafer Piva?
Vaz
- Foi uma gestão inovadora. Quem critica a atual gestão ficou dois anos sem aparecer na Fiesp.

Folha - Quem por exemplo?
Vaz
- Olha, eu não vou personalizar a discussão. Todo mundo sabe que nós temos pessoas importantes, que nos criticam hoje, que ficaram dois anos sem aparecer.

Folha - O sr. inclui Paulo Skaf?
Vaz
- Ele foi uma pessoa que durante muito tempo esteve ausente daqui. Ele poderia ter dito para as pessoas que estavam participando e para seus companheiros de sindicato e do Ciesp que achava que eles estavam seguindo um caminho errado e apontar o caminho certo, mas não o fez. Ele está na vice-presidência da Fiesp desde a primeira gestão do Horacio.

Folha - Acha que ele se omitiu?
Vaz
- Ele se omitiu, com certeza. Se você consultar todas as reuniões que temos aqui, e elas são gravadas e depois passadas em ata, ele nunca fez qualquer sugestão ou crítica.

Folha - Qual a maior qualidade e o maior defeito do seu adversário?
Vaz
- A obstinação é sua maior qualidade e o seu maior defeito. O remédio que cura é o que mata.


Texto Anterior: Entrevista da 2ª - Claudio Vaz e Paulo Skaf: Eleições da Fiesp são as mais caras e disputadas da história
Próximo Texto: Entidade precisa deixar de ser fonte de "lamentações", diz Skaf
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.