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OUTRO LADO
Ana Martins diz que não dará "munição" a ex-prefeito
Maluf nega ter empresas e desafia vereadora a provar ligações a Jersey
DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO ESPECIAL
O ex-prefeito Paulo Maluf desafiou a vereadora Ana Martins (PC
do B) a revelar dia, horário e duração das ligações atribuídas a Maluf e a seus familiares para a ilha
de Jersey e para o banco de investimento norte-americano Salomon Smith Barney. Presidente da
CPI municipal da Dívida Pública,
Ana Martins afirmou que há
"inúmeros" telefonemas do ex-prefeito para Jersey.
Em nota, Maluf disse que a vereadora o acusou de forma "irresponsável e mentirosa". A Folha
apurou que pelo menos seis ligações para o Salomon Smith Barney partiram de linhas telefônicas
pertencentes ao ex-prefeito. As ligações -três de telefone celular e
outras três de uma linha fixa-
foram feitas no segundo semestre
do ano passado.
Desde outubro de 1998, o banco
americano pertence ao Citigroup,
holding à qual também está vinculado o Citibank. Documentos
do governo suíço afirmam que
Maluf foi beneficiário de conta
aberta na agência do banco em
Genebra até janeiro de 1997,
quando o dinheiro foi transferido
para a agência do Citibank em
Jersey, no canal da Mancha.
Depois da quebra do sigilo telefônico da família Maluf, autorizada pela Justiça no dia 20 de agosto, já foram descobertas ligações
originadas em linhas telefônicas
do filho mais velho do ex-prefeito,
Flávio Maluf, para o Citibank de
Genebra. Estima-se que US$ 200
milhões estejam depositados em
nome da família do ex-prefeito.
Resposta
Em resposta ao ex-prefeito, a
vereadora Ana Martins limitou-se a dizer que não vai "morder a
isca para não dar a Maluf os argumentos de que ele precisa para
detonar a CPI".
Por meio de sua assessoria de
imprensa, Maluf declarou ainda
que não tem e nunca teve ações de
empresas estabelecidas em Cayman ou em qualquer outro paraíso fiscal, referindo-se às empresas
Red Ruby Ltd. e Blue Diamond
Ltd., sediadas na ilha do Caribe. O
ex-prefeito disse que nunca esteve
em Cayman e negou a existência
de contas no exterior em seu nome e de seus familiares, seja como
titular ou como beneficiário.
As negativas se repetem desde
junho, quando a Folha revelou a
existência de depósitos ilegais no
exterior em nome do ex-prefeito.
Na semana passada, Maluf afirmou que, se tivesse dinheiro em
paraíso fiscal, doaria toda a quantia para a Santa Casa de São Paulo.
O ex-prefeito está processando
os promotores de Justiça que investigam o caso e se disse vítima
de perseguição política por parte
do Ministério Público. Os promotores afirmaram que sua ação é
jurídica e não política.
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